Justiça militar libera PMs acusados de matar pichadores

    Tribunal de Justiça Militar concedeu habeas corpus a 4 policiais envolvidos na morte de Alex Dalla Vechia Costa e Ailton dos Santos, em 31 de julho, em São Paulo

    Quatro policiais militares acusados de matar os pichadores Alex Dalla Vechia Costa, 32 anos, e Ailton dos Santos, 33, deixaram nesta quinta-feira, 28/8, o Presídio Militar Romão Gomes (zona norte de São Paulo). O habeas corpus foi concedido pela 2ª Câmara do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo, após a alegação dos advogados de que os PMs agiram em legítima defesa.

    Alex e Aílton foram mortos no dia 31 de julho, no Edifício Windsor, na avenida Paes de Barros, na Mooca (zona leste de São Paulo). Participaram da ação os PMs André de Figueiredo Pereira, Danilo Keity Matsuoka, Amilcezar Silva e Adilson Perez Segalla, que alegaram que os 2 pichadores estavam armados e teriam reagido à abordagem, disparando 3 vezes quando estavam no apartamento do zelador do prédio – um foi morto na cozinha e outro no quarto.

    A versão oficial é contestada por parentes e amigos dos pichadores, que ficaram revoltados com a estória contada pelos policiais. Segundo eles, Alex e Aílton não andavam armados, não eram assaltantes e tinham se programado para invadir o prédio e fazer pichações naquele dia. Os dois trabalhavam.

    Colegas protestam no centro de São Paulo contra a morte de Alex Dalla Vecchia Costa/Foto: Fábio Vieira (FotoRua)
    Colegas protestam no centro de São Paulo contra a morte de Alex Dalla Vecchia Costa/Foto: Fábio Vieira (FotoRua)

    A versão contada na delegacia também não convenceu a Corregedoria da PM, nem o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de SP. O fato de os pichadores terem tirado fotos enquanto estavam no elevador do prédio e de os policiais terem demorado 4 horas para apresentar a ocorrência no 56º DP (Vila Alpina) chamou a atenção dos investigadores. Os quatro PMs foram presos no dia 6/8 por “conduta irregular” e permaneceram detidos até esta quinta-feira, quando foram colocados em liberdade pelo Tribunal de Justiça Militar.

    Já que Tamo junto até aqui…

    Que tal entrar de vez para o time da Ponte? Você sabe que o nosso trabalho incomoda muita gente. Não por acaso, somos vítimas constantes de ataques, que já até colocaram o nosso site fora do ar. Justamente por isso nunca fez tanto sentido pedir ajuda para quem tá junto, pra quem defende a Ponte e a luta por justiça: você.

    Com o Tamo Junto, você ajuda a manter a Ponte de pé com uma contribuição mensal ou anual. Também passa a participar ativamente do dia a dia do jornal, com acesso aos bastidores da nossa redação e matérias como a que você acabou de ler. Acesse: ponte.colabore.com/tamojunto.

    Todo jornalismo tem um lado. Ajude quem está do seu.

    Ajude

    mais lidas