Policial civil mata suspeito e fere moradora no Grajaú

    O  agente estaria comprando  um celular quando presenciou uma tentativa de assalto. Quatro pessoas foram baleadas, entre elas uma mulher de 54 anos que estava a 15 metros do local
    Caso aconteceu na manhã de sábado (Foto: Reprodução/Grajau mais)
    Caso aconteceu na manhã de sábado (Foto: Reprodução/Grajaú Mais)

    Quatro pessoas foram baleadas por um policial civil de São Paulo na manhã do último sábado (28). De acordo com a PM (Polícia Militar), quatro suspeitos, armados, tentavam assaltar uma unidade da Casas Bahia na avenida Dona Belmira Marin, a principal do Grajaú, zona sul da capital. O agente público, que não teve a identidade revelada, estaria dentro do local para comprar um celular quando agiu e houve troca de tiros, ainda segundo a versão oficial.  Às 8h30, quando o caso aconteceu, havia muita gente na rua esperando ônibus para ir ao trabalho ou no comércio local. A Ponte entrevistou quatro testemunhas presenciaram o crime, todas desmentem a versão oficial.

    Segundo os elas , os suspeitos quebraram a vitrine da loja com algo parecido com um martelo para roubar celular. Foi quando o policial civil, que é reconhecido no local por fazer bico de segurança nas Casas Bahia, começou a atirar. O policial nega que trabalhar no local. Foram vários tiros disparados em sequência. Três suspeitos foram atingidos.

    Um morreu. A diarista Marlene Honorio, de 54 anos, que estava do outro lado da rua, distante 15 metros, sem ter nada a ver com a história, foi a quarta pessoa atingida na ação. Ela havia indo num brechó com o marido.  A bala perfurou o pulmão da mulher, mas o estado de saúde dela é estável. O marido da vítima, o táxista José Honório, 52, estava com ela no local e conta o que viu:

    José Honório estava ao lado da esposa quando ela foi atingida

    Bala perfurou o pulmão de Marlene Honório, mas estado de saúde da diarista é estável (Foto: arquivo pessoal)
    Bala perfurou o pulmão de Marlene Honório, mas estado de saúde da diarista é estável (Foto: arquivo pessoal)

    A ocorrência foi registrada no 101º DP (Distrito Policial) e atendida pela 1ª Cia. do 27º Batalhão da Polícia Militar. O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) está investigando o caso, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), que tem Alexandre de Moraes à frente, nesta quarta gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A Corregedoria da Polícia Civil também vai apurar se, de fato, houve desvio de conduta na ação do policial que matou uma pessoa e baleou outras três – sendo duas suspeitas de um roubo e outra inocente. Fontes ligadas ao governo afirmaram à reportagem da Ponte que o policial trabalha na sede da SSP, próximo ao gabinete do secretário.

    A Casas Bahia afirmou em uma nota oficial que a loja está fechada para apuração da ocorrência. “Infelizmente, um dos assaltantes veio a óbito. Em relação à mulher que estava fora da loja, estamos dando suporte no primeiro atendimento. Posteriormente, no decorrer das investigações, serão apuradas as responsabilidades”.

    V., de 16 anos, estava ao lado da tia quando ela levou o tiro

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