A polícia não pode e não deve se envolver na ocupação das escolas, diz ouvidor

    “Estamos falando de educação. Não se trata de uma questão de segurança pública”, justifica Julio Cesar Neves
    Ouvidor se reuniu com a Federação dos Professores do Estado de São Paulo hoje
    Ouvidor se reuniu com a Federação dos Professores do Estado de São Paulo hoje
    Por Milena Buarque, jornalista da Fepesp

    Os números mudam a cada dia. No momento, mais de 150 escolas da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo permanecem ocupadas por estudantes e professores (segundo informações da página ‘Não fechem minha escola’), em protesto contra a reestruturação do ensino público imposta pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Relatos de alunos denunciam situações de ameaças, intimidações e violações graves do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

    “Me jogaram no chão e me algemaram, meus olhos ardiam em brasa. Não houve diálogo”, diz professor

    Hoje (24), oito estudantes menores de idade foram apreendidos pela Polícia Militar quando tentavam ocupar a escola Firmino Proença, na Mooca. Para o ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves, “a polícia não pode e não deve se envolver no assunto”. “Estamos falando de educação. Não se trata de uma questão de segurança pública”, disse. Em encontro com a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) para debater o assunto, o ouvidor salientou a importância do trabalho em conjunto com a sociedade.

    A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo detém o controle social da atividade policial, é uma espécie de ombudsman da segurança pública no Estado. Trata-se de um órgão dirigido por um representante da sociedade civil, cuja principal função é ser o porta-voz da população em atos irregulares praticados pelas polícias Civil e Militar. “Quando a ação da polícia está contra a população, nós também estamos contra essa ação”, disse Fernandes Neves.

    A Fepesp e os 27 sindicatos integrantes publicaram uma moção de apoio e solidariedade aos estudantes da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo. Segundo o documento, a reorganização pretendida pelo Governo do Estado foi anunciada de forma arbitrária, ignorando a participação de estudantes, docentes e de todos aqueles que compõem a comunidade escolar (confira a íntegra).

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