Caminhada da Visibilidade Trans pede o fim da violência contra pessoas transgêneras no país

Com o tema “Nossas Vidas Importam, sexta edição do evento neste domingo (29), dia da Visibilidade Trans, se concentrou no Masp, centro da capital paulista ; “revolução é transvestigênere”, diz deputada Erika Hilton

Foto: Gil Luiz Mendes / Ponte Jornalismo

Além de mais espaço no mercado de trabalho, maior acesso ao sistema público de saúde e terem todos sua dignidade, o público que foi à Avenida Paulista na tarde deste domingo (29/1) para participar da VI Caminhada da Visibilidade Trans  pediam o básico: o direito de viver. Um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apontou que 131 pessoas trans foram mortas em todo o Brasil no ano passado. 

Nem a chuva que caiu na capital paulista impediu que os militantes da causa LGBT+ se expressassem pedindo o fim da violência contra os trângêneros. Com bandeiras e cartazes, o ato se concentrou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e caminhou até a Câmara de Vereadores de São Paulo, ambos na região central da cidade, denunciando as dificuldades encontradas no cotidiano de quem é marcado pelo preconceito de uma sociedade homofóbica.

Para homens trans, poder transitar livremente sem camisa é um ato político. Com orgulho de mostrar as cicatrizes na altura do peito, uma das marcas da cirurgia de afirmação de gênero, um grupo de rapazes carregava a bandeira azul, rosa e branca, símbolo do movimento. Estar ali entre os seus era um sinal de resistência para o repositor Domingos Bressanini, de 30 anos. “É muito importante ver que não estamos sozinhos, a gente se sente mais acolhido estando todo mundo junto”, declarou.

A primeira mulher trans a ocupar uma cadeira como deputada federal no Congresso Nacional, Erika Hilton (PSOL-SP), eleita em 2022  com 256.903 votos discursou de cima do trio elétrico enfatizando a necessidade de pessoas trans terem mais espaço em todos as áreas da sociedade. 

“Estamos contratacando esse cis-tema de morte, a revolução é transvestigênere, a revolução somos nós, nós ocuparemos e retomaremos os espaços que são nossos, nós queremos viver com dignidade, qualidade, com abundância”, ressaltou a parlamentar.

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Sem esconder a felicidade por colocar a pauta trans nas ruas da capital paulista pelo sexto ano, a organizadora da caminhada, Jaqueline Chanel, destacou a triste realidade imposta pela violência contra a comunidade trans no país. 

Foto: Gil Luiz Mendes / Ponte Jornalismo

“Nosso desafio é sobreviver. Hoje especificamente trazemos o tema ‘Nossas Vidas Importam’. O Brasil infelizmente é o país que mais mata travestis e transsexuais, estamos aqui para mudar essa realidade”, relatou. “”Estamos aqui por saúde integral, pela desconstrução das formas erradas de aplicação do silicone, pelas cirurgias de afirmação, que só temos direito a uma por mês. Precisamos de educação, esse país não se transforma se não for pela educação”, complementou Chanel.

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