Com apresentações artísticas, ato homenageia mulheres em Mogi das Cruzes, em SP

    Mulheres pedem fim da violência, desmonte da previdência e retirada dos direitos femininos com danças, apresentações musicais e grafite neste sábado (9/3)

    Ato em Mogi reuniu cerca de 100 pessoas | Foto: Renan Omura/Ponte Jornalismo

    “Não queremos apenas flores e cartas. Todas essas coisas que a sociedade destaca no dia 8 de março, nós mulheres podemos comprar. Nós queremos nossos direitos garantidos e respeito”, disse no microfone a professora Mari Mendes, durante o ato intitulado ‘Pela Vida das Mulheres’, neste sábado (9/3), no Largo do Rosário, região central de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. A manifestação, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8/3), contou com aproximadamente 100 pessoas. Luta contra a violência, o desmonte da previdência, a retirada dos direitos femininos e a representatividade artísticas das mulheres foram algumas demandas levantadas pelas manifestantes.

    A professora Mari Mendes é integrante do coletivo Fórum Mulheres Filhas de Lutas e destacou a importância do ato. “Nós também aceitamos as homenagens no Dia da Mulher, mas somos contra a hipocrisia. Pessoas que não pensam em nossos direitos e o impacto de uma sociedade opressora, não tem o direito de nos homenagear. A quantidade de mulheres que estão sendo assassinadas no país é aterrorizante. Por isso é importante realizarmos esse ato, para conscientizar”, concluiu. A manifestação contou com intervenções artísticas, danças, apresentações musicais e grafite.

    Foto: Renan Omura/Ponte Jornalismo

    O grupo musical que reproduziu maracatu (ritmo tradicional de Pernambuco), com instrumentos de percussão, despertou a atenção das pessoas que passavam pela praça. A percussionista Sarah Key, faz parte do baque de mulheres que ainda está em formação e conta que o preconceito é comum no meio artístico. “Tem baques que não aceitam mulheres. Isso é absurdo. Quando eu comecei a tocar maracatu, há 10 anos, foi um homem que escolheu o meu instrumento. Eu não pude escolher. E o mais importante, nós mulheres temos que reconhecer nossa representatividade social. Temos que ter representatividade indígena e preta nos movimentos feminista”.

    Sarah Key: “Nós mulheres temos que reconhecer nossa representatividade social” | Foto: Renan Omura/Ponte Jornalismo

    Durante o ato também ocorreu um mamaço – amamentação simultânea que estimula o aleitamento materno. Fabiana Guerra, de 40 anos, é consultora de amamentação e integrante do coletivo Materno. O grupo realiza eventos em prol dos direitos das mães. “As mulheres são tolhidas de suas liberdades desde que o mundo é mundo. Muitas mães estão perdendo os empregos por não terem creches para deixarem os filhos. Isso é absurdo. Também temos que conscientizar as pessoas que o leite materno é fundamental para a saúde do bebê, e que a amamentação é algo natural e não tem que ser mal visto”, relata Fabiana.

    Mamaço durante ato ‘Pela Vida das Mulheres’ | Foto: Renan Omura/Ponte Jornalismo

    Inês Paz, membra do APEOESP (Sindicado dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), conta como foi o planejamento para realização do ato. “Nós estamos organizando isso desde dezembro do ano passado. Juntamos o maior número de coletivos e organizações para demostrar que nós mulheres temos forças aqui na cidade de Mogi das Cruzes”.

    Foto: Renan Omura/Ponte Jornalismo

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