Documentário: Jornalismo e a Violência na Profissão

    Documentário produzido por estudantes mostra a realidade dos profissionais que falam o que não querem que seja dito

    Por Kamilla Morais e Jéssica Berto, especial para a Ponte Jornalismo

    Jornalistas no mundo todo têm sido vítimas de violência, em inúmeras tentativas criminosas de silenciar a realidade dos fatos. É preciso mobilização para quebrar o ciclo de violência e impunidade.

    Milton Bellintani, jornalista, professor e um dos fundadores da Ponte Jornalismo, foi um dos entrevistados no documentário "Jornalismo e a Violência na Profissão",  de Kamilla Morais e Jéssica Berto
    Milton Bellintani, jornalista, professor e um dos fundadores da Ponte Jornalismo, foi um dos entrevistados no documentário “Jornalismo e a Violência na Profissão”, de Kamilla Morais e Jéssica Berto

    As estudantes de Jornalismo da Universidade Paulista explicam que a escolha do tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) se deve à falta de atenção ao assunto e a impunidade dos crimes contra comunicadores. Segundo dados da Federação Nacional do Jornalistas (FENAJ) e do Comitê de Proteção para Jornalistas (CPJ), desde 1992 o Brasil teve mais de 34 jornalistas mortos, na qual coloca o Brasil como terceiro país das Américas em que mais se matam jornalistas, atrás do México e da Colômbia. Atualmente, no ranking mundial, o Brasil faz parte dos 10 países mais perigosos para Jornalistas.

    A falta de segurança que comunicadores enfrentam no seu cotidiano é um obstáculo, no qual pode tomar rumos terríveis se não solucionada a questão da impunidade. Crimes contra os jornalistas não é só um atentado à liberdade de imprensa, mas também uma violação ao direito de toda população de tomar conhecimento sobre irregularidades cometidas. Por isso, a segurança dos jornalistas é fundamental para a garantia da liberdade de expressão e de imprensa.

    O documentário evidencia a violência sofrida por jornalistas e comunicadores durante o exercício da profissão, a qual é indispensável para assegurar a informação e divulgar fatos à sociedade. É preciso expor esse grande problema que é a violência contra a categoria e, mostrar o quanto isso interfere na produção de noticias e diretamente na sociedade.

    Foram entrevistados em “Jornalismo e a Violência na Profissão”:

    André Caramante (Ponte/TV Record)
    Bruno Quintella (TV Globo)
    Bruno Cassucci (Lance)
    Ivo Herzog (Instituto Vladmir Herzog)
    João Batista de Andrade (Memorial da América Latina)
    José Roberto de Toledo (ABRAJI / O Estado de SP)
    Lourival Sant’Anna (CBN)
    Milton Bellintani (Comissão da Verdade dos Jornalistas de SP)
    Paulo Zocchi (Sindicato dos Jornalistas de SP)
    Piero Locatelli (Repórter Brasil)
    Sergio Gomes (Oboré)
    Thiago Firbida (Artigo 19)
    Valério Luiz Filho (Instituto Valério Luiz) Yan Boechat (Istoé)

    Fontes: ARTIGO 19, Comittee to Protect Journalists (CPJ), e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

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