Ato desta quarta-feira (10/10) começou no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, e terminou na praça Roosevelt, também na região central
Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo nesta quarta-feira (10) para um ato contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Em caminhada, eleitores foram do vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, até a praça Roosevelt, no centro da cidade. Com faixas, cartazes e bandeiras, era possível ouvir durante toda a manifestação gritos de “Ele não! Ditadura nunca mais”, “Ô Bolsonaro, seu fascistinha, a mulherada vai botar você na linha” e “Ô Bolsonaro, presta atenção, a sua casa vai virar ocupação”.
O ato, que foi convocado pela Frente Povo Sem Medo, teve a presença de Guilherme Boulos (PSOL), que foi presidenciável no primeiro turno e que se aliou à Fernando Haddad (PT) neste segundo turno para tentar derrotar o candidato do PSL. Quando Boulos ouviu o grito entoado pela população sobre ocupar a casa de Bolsonaro, ele disse do carro de som que os eleitores estavam “dando ideia” do que eles podem fazer como grupo.
Em entrevista à Ponte, Boulos disse que Bolsonaro está querendo criar um clima de medo no Brasil, mas que o povo vai continuar nas ruas. O ex-candidato lembrou as cenas em que uma menina teve uma suástica cravada em sua barriga por seguidores do capitão e o lamentável episodio da morte do mestre Moa de Katende, capoeirista assassinado na Bahia depois de declarar que tinha votado no petista Fernando Haddad.
“Vimos cenas selvagens. Mas não vamos nos intimidar. Aqui tem um povo sem medo que vai denunciar a farsa que é Jair Bolsonaro. Vamos construir, a partir da rua, a virada nesse segundo turno e eleger Haddad presidente”, afirmou Boulos que foi ovacionado pelos manifestantes quando apareceu no carro de som para fazer seu discurso.
Outra representatividade que foi muito aplaudida quando fez sua fala foi Sônia Guajajara (PSOL), ex-candidata à vice de Boulos. Em entrevista à Ponte, Sônia disse que o ato de hoje “é urgente” pelo fato de “o ódio e a violência estar nas ruas”. Segundo ela, é preciso agir pessoalmente e nas redes sociais para combater o fascismo e o retrocesso.
Isso é o que também defendeu Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Ela esteve presente no protesto para representar a candidatura de Haddad. De acordo com ela, é preciso lutar pela democracia e pelos direitos do povo brasileiro. “Estamos passando por um dos momentos mais críticos da democracia brasileira”, afirmou a senadora.
A preocupação com a democracia era exatamente o que mais se ouvia nas conversas entre os manifestantes que finalizaram o ato na praça Roosevelt por volta das 21h30. Para se despedir dos eleitores que ali estavam, o ex-candidato ao Senado Eduardo Suplicy (PT) cantou a música Eu sei que vou te amar para os presentes no local.