Família e amigos fazem homenagem para vítima de chacina na torcida Pavilhão 9

    Polícia Civil de SP tenta identificar terceiro policial militar envolvido em matança que vitimou oito torcedores do Corinthians, dentro da quadra da torcida organizada Pavilhão 9, na zona oeste de São Paulo
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    Família e amigos fazem homenagem para vítima de chacina que completa um mês | Foto: Guilherme Lima

    Paralelamente às investigações da chacina na sede da torcida organizada Pavilhão 9 onde oito pessoas foram assassinadas, parentes e amigos de uma das vítimas realizaram uma homenagem.

    Marco Antônio Corassa Júnior, o Markinho, de 19 anos, era estudante do segundo ano do curso de artes e designer gráfico. Ele preparava um bandeirão para ser usado no estádio do Corinthians durante o jogo contra o Palmeiras quando os atiradores chegaram na sede da uniformizada.

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    Pais do universitário Marco Antônio Corassa Júnior, o Markinho, 19 anos, participam de homenagem ao filho | Foto: Guilherme Lima

    No último sábado (16/05), um mês depois do assassinato de Markinho, cerca de 150 pessoas se uniram para pedir paz e justiça. E a homenagem foi em forma de futebol. A maior paixão do jovem universitário. Oito times se uniram. Com faixas e bandeiras, algumas delas feitas por Markinho, a quadra do local onde ele estudou, na Vila dos Remédios, Osasco, ganhou cores.

    Antes do início do evento, todos que lá estavam foram até o centro da quadra e fizeram orações. E o pontapé inicial foi dado por Maria Paula e Marco, os pais de Markinho.

    Ao final de cada partida, independente do resultado, os dois times em quadra receberam um troféu símbolo do que o “anjo dos olhos azuis” significa para todos que o conhecem. Respeito, alegria e amizade.

    Os troféus foram entregues pelos pais de Markinho que sempre deixavam uma mensagem. “Desejo que todos vocês sejam felizes. Sempre. O que vocês estão fazendo para o meu filho mostra o quanto é importante”, disse Maria Paula.
    Marco, por outro lado, mostra preocupação com os amigos do filho. “Peço para que todos vocês sempre tomem cuidado. Cuidado ao sair de casa. A violência está em todo lugar.”
    Durante os jogos, uma bandeira branca esticada sobre mesas e com as palavras “paz” e “justiça” ganhou novas letras. Todos escreveram uma mensagem de apoio à família.
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    Amigos de Marco Antônio Corassa Júnior, o Markinho, 19 anos, uma das oito vítimas da chacina na torcida Pavilhão 9 | Foto: Guilherme Lima

    A família também entrou em quadra para jogar. Crianças, idosos, meninos e meninas. Os pais também receberam o troféu. Rosas foram dadas à Maria Paula e fogos foram usados para encerrar a homenagem e reforçar a batalha de todos parentes e amigos em busca de justiça e paz para manter viva a esperança de dias melhores.

    PMs são suspeitos
    Até o momento dois suspeitos estão presos. O ex-policial militar Rodney Dias dos Santos e o policial militar Walter Pereira da Silva. Um terceiro policial militar que ainda está solto e não teve o nome divulgado também estaria entre os atiradores.
    Segundo a Policia Civil, os três teriam envolvimento com o tráfico de drogas e foram até a sede da Pavilhão 9 para um “acerto de contas” com Fábio Domingos, uma das vítimas.
    Os outros sete assassinados, entre eles Markinho, não tinham envolvimento com o tráfico. Estavam apenas onde sempre se encontravam para ir aos jogos do time de coração.

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