Funk é cultura: curso debate o estilo como movimento de empoderamento feminino

Capivara Cultural promove um aulão com a pesquisadora e escritora Tamiris Coutinho no próximo dia 4 de maio

Debater o funk para além de beats e melodias é o que propõe a aula online Pensamento Negro, Empoderamento Feminino e Funk da Capivara Cultural, que acontece no próximo dia 4 de maio, das 19h às 22h. O curso faz parte do projeto PRETAPALAVRA, que trata sobre a literatura afro-diaspórica e o feminismo negro e será comandado pela pesquisadora e mestranda em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Tamiris Coutinho.

Tamiris estuda o funk e representação da mulher desde sua graduação em Relações Públicas. Ela é autora do livro Cai de boca no meu b*c3t@o: o funk como potência do empoderamento feminino (Ed. Claraboia), fruto do seu Trabalho de Conclusão de Curso. Na obra, a autora carioca desmistifica a ideia de que o funk só objetifica a mulher e fala como esse gênero musical se tornou um movimento de resistência contra o preconceito e a criminalização.

Tamiris conta que, desde 2021, quando o título do seu trabalho acadêmico repercutiu nas redes sociais, passou a receber mensagens como “funk não é arte”,“funk não é música”, “funk não é cultura”, “funk não é potência nenhuma de empoderamento”, além de ser alvo de ataques racistas e misóginos. O lançamento do livro, por outro lado, foi valorizado por funkeiras, profissionais da indústria musical, intelectuais e ativistas do movimento.

“Defender o funk naquele momento foi um ato de coragem, uma coragem que mulheres e homens, principalmente jovens e negros, precisam ter diariamente para viver em um país onde o racismo estrutural é evidente”, afirma. Segundo ela, o funk é uma manifestação cultural negra que espelha a vivência das periferias e gera uma influência nos estilos de vida com suas batidas, danças e discursos.

“Grande parte das críticas relacionadas ao funk, na verdade, não tem a ver efetivamente com a qualidade da produção lírica e musical. São preconceitos disfarçados (e também explícitos) direcionados ao que ele representa: a história e realização de mulheres e homens das periferias e favelas que têm em comum muitas experiências urbanas que conectam a cultura negra”, explica.

Todos esses temas serão tratados no “Aulão d’A Capi” que será divido em quatro partes: pensamento negro, empoderamento feminino, funk e debate. “Convido todos a participar e debater porque o funk é sim música, cultura e empoderamento. É expressão, é potência. É vivência, é arte”, pontua Tamiris.

O projeto PRETAPALAVRA é uma parceria da Capivara com o Encruzilinhas, da professora e pesquisadora Maria Carolina Casati, e tem como objetivo divulgar o trabalho de escritoras negras. O valor integral da matrícula no curso é de R$ 100,00. Estudantes, pessoas em situação de vulnerabilidade social e ex-alunos da Capivara possuem desconto no site de inscrição

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A partir desta semana, os membros do Tamo Junto, os apoiadores da Ponte, que fizerem esse ou outros cursos do projeto PRETAPALAVRA ganharão 15% de desconto em qualquer curso fora do projeto.  

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