Jovem que capinava terreno morreu após ser espancado por PM, diz a família

    As agressões violentas teriam acontecido durante uma operação de combate ao tráfico às 15h, no dia 27, na periferia de Belo Horizonte

    Wemerson, 24 anos, estava trabalhando quando foi espancado pelo policial/Arquivo Pessoal

    Na Vila Pica-Pau, no bairro de Vitória, na periferia de Belo Horizonte, um jovem de 24 anos morreu após ter sido violentamente agredido durante uma abordagem policial,de acordo a denúncia da família da vítima.

    Era por volta das 15h, da quarta-feira, dia 27, quando Wemerson Felipe de Souza Vieira  Santos e dois amigos estavam capinando um terreno no bairro. Era o primeiro dia de trabalho dele na obra de limpeza da área, que pertence a igreja evangélica também frequentada pelo jovem, como conta a sua mãe Eunice Viera de Souza.

    No mesmo bairro estava acontecendo uma operação de combate ao tráfico de drogas e três policiais militares foram abordar Wemerson dentro do terreno.

    O rapaz tentou conversar com os policiais que estavam na operação e um deles deu uma rasteira, um pontapé e um mata-leão (manobra de esganamento) até o jovem ficar roxo e perder os sentidos, de acordo com testemunhas ouvidas pelo portal G1.

    Wemerson foi levado até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em um bairro próximo, pelos próprios policiais, mas não resistiu e morreu.

    A mãe do rapaz disse que ele era muito trabalhador. “Não sei o que será de mim sem ele”, disse Eunice.

    O laudo do legista do IML (Instituto Médico Legal) aponta como indeterminada a causa da morte, porém, destaca a ocorrência de uma politraumatismo craniano.

    Os amigos do servente de pedreiro disseram à família que ele bateu a cabeça depois que levou a rasteira do PM. Os outros golpes violentos e sem a menor justificativa vieram na sequência. Ao todo seis policiais militares participaram da operação na Vila Pica-Pau e nenhum deles interveio para impedir o espancamento do servente.

    A família da vítima disse que o laudo detalhado sobre a causa morte do rapaz deve sair daqui a 40 dias. Um dos PMs que participaram da operação foi transferido da ronda nas ruas para serviços administrativos. 

    A Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais foi procurada pela Ponte para esclarecer os motivos da operação na vila Pica-Pau e porque o jovem agredido até a morte. O órgão não respondeu.

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