Justiça de SP manda Andinho e mais dois integrantes do PCC para a “tranca-dura”

    Ao lado de Hamilton Luiz Pereira e Fábio de Oliveira Souza, Andinho seria responsável por planejar mortes de PMs, policiais civis e agentes penitenciários, segundo o MP

     

    Caramante
    O organograma dos detentos apontados pela promotoria como responsáveis por planejar execuções dos agentes das forças de segurança – Imagem: Reprodução

    Após a Ponte Jornalismo revelar que foi descoberto o plano da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para assassinar PMs, policiais civis e agentes penitenciários de SP, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que os três encarregados pelo crime organizado (Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho; Hamilton Luiz Pereira; e Fábio de Oliveira Souza) para realizar os ataques devem ir para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

    O RDD funciona no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (a 589 km da capital), considerada a prisão mais rigorosa do Estado, onde os presos passam 23 horas trancados nas suas celas e não têm contato físico com visitantes. A justificativa da Justiça para que eles sejam enviados à “tranca-dura” é justamente “por tramar atentados contra as forças de segurança”.

    Ao lado de Hamilton Luiz Pereira e Fábio de Oliveira Souza, o sequestrador e homicida Wanderson Nilton de Paula Lima, conhecido como Andinho, foi denunciado nesta quinta-feira (14/12) à Justiça pelo planejamento das execuções dos agentes das forças de segurança. Os três, segundo a denúncia, são os responsáveis pela “Sintonia Geral do Interior” da facção criminosa PCC.

    A investigação da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, apreendeu, em no meio deste ano, cartas codificadas na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau com as ordens para as mortes dos agentes públicos.

    Também na última quarta-feira (14/12), o TJ-SP já havia determinado a internação de 13 detentos apontados como integrantes da cúpula do PCC no sistema RDD, conforme a Ponte publicou. Eles devem ficar na “tranca-dura” por dois meses.

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    Transcrição de carta com detalhes sobre a vida de agente penitenciário – Imagem: Reprodução

    De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, Andinho e seus aliados dentro do PCC realizaram levantamentos, inclusive com fotografias e dados pessoais completos, de dois agentes penitenciários do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (a 589 km da capital), considerada a prisão mais rigorosa do Estado de SP, onde os presos passam 23 horas trancados nas suas celas e não têm contato físico com visitantes.

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    Um dos integrantes do PCC que receberam ordem para matar agentes das forças de segurança – Imagem: Reprodução

    Advogados presos

    Dos 35 advogados presos pela Operação Ethos, incluindo o ex-vice-presidente do Condepe, Luiz Carlos Santos, dois foram soltos nesta sexta-feira (16), após liminar ceder liberdade provisória. São eles: Marco Antônio Antunes Barbosa e Eduardo Luiz.

    marco
    eduardo

    Ataques

    Em maio de 2006, uma transferência de detentos ligados ao PCC para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau foi um dos motivos da maior onda de ataques da facção criminosa contra as forças de segurança pública do Estado de São Paulo.

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    PCC obteve fotos e endereços de PMs e agentes penitenciários – Imagem: Reprodução
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    Carta codificada trazia ordens para ataques contra PMs, policiais civis e agentes penitenciários – Imagem: Reprodução

     

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    PCC pagava curso para que um de seus integrantes fizesse especialização em levantamento de dados pessoais de agentes das forças de segurança – Imagem: Reprodução
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    PCC mandou que agente fosse atropelado por seus “soldados” nas ruas – Imagem: Reprodução
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    PCC mandou que agente fosse atropelado por seus “soldados” nas ruas – Imagem: Reprodução
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    Como a facção criminosa divide o Estado de São Paulo para suas ações ilegais – Imagem: Reprodução

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