Número de mortos por PMs no litoral e interior sobe 45%

    Foram 71 mortos em supostos confrontos com policiais militares em serviço nos primeiros seis meses do ano. Em Campinas e Sorocaba, a maioria dos homicídios ocorreu depois do assassinato de policiais militares

     

    De acordo com o setor de inteligência da Polícia Militar de São Paulo, policiais militares em serviço mataram 71 pessoas de janeiro a junho deste ano no interior e no litoral do Estado de São Paulo, 44,9% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando 49 foram mortos, e 33% a mais do que a média dos últimos 11 anos. É também o número mais alto desde 2006 (73), auge dos confrontos entre as forças de segurança e o PCC (Primeiro Comando da Capital).

    Os dados mostram que, embora de forma menos destacada do que na capital e na região metropolitana, as ações violentas envolvendo a corporação também atingiram regiões como São José dos Campos, Campinas, Sorocaba, Piracicaba e Ribeirão Preto. Em todas, o número de mortos por PMs foi maior do que no mesmo período de 2013.

     

    Em Campinas, por exemplo, a letalidade policial aumentou 54,5% em comparação com 2013 (17 mortos contra 11 do ano passado). A cidade viveu uma onda desse tipo de violência no início do ano, quando 12 pessoas foram assassinadas horas após o policial militar Arides Luiz dos Santos, 44 anos, ser morto durante uma tentativa de assalto em um posto de gasolina. Cinco PMs foram acusados pela Polícia Civil de participar das chacinas  na madrugada violenta, como forma de vingar o colega.

    A região de Sorocaba foi outra área onde houve alta expressiva no número de mortos por PMs em serviço. Foram 8, contra 3 em 2013. Assim como em Campinas, a cidade foi palco de mortes violentas em sequência (foram 14) após o assassinato de um policial militar, neste caso, o soldado Sandro Luiz Gomes, 35 anos, executado quando patrulhava o bairro Paineiras.

    Outro lado

    O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, atribui o aumento na letalidade policial ao crescimento no número de confrontos envolvendo a PM e criminosos. Segundo ele, esses casos são reflexos também na alta dos roubos, um fenômeno que, para o secretário, é nacional.

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