Polícia Civil faz reconstituição do caso João Victor, morto na porta do Habib’s

    Simulação considerou versões dos funcionários do Habib’s e também a de uma testemunha que afirmou que menino apanhou

    Supervisor (sorrindo na imagem) testemunhou sobre o dia da morte de João Victor – Foto: Reprodução

    A Polícia Civil realizou, na terça-feira (25/04), a reconstituição simulada dos fatos que causaram a morte do menino João Victor Souza de Carvalho, 13 anos, no dia 26 de fevereiro, em frente à unidade da rede fast-food Habib’s da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo.

    Dois laudos periciais realizados no corpo de João Victor apontaram que a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória devido ao uso de drogas.

    No entanto, imagens de câmeras de segurança mostram Guilherme Francisco do Santos e Alexandro José da Silva, supervisor e gerente do Habib’s, respectivamente, perseguindo e arrastando o menino, o que seria, segundo a família de João Victor, um indício das agressões que o adolescente sofreu antes de morrer.

    Filmagem mostra funcionários do Habib’s arrastando João Victor
    Novo vídeo mostra João Victor se desentendendo com funcionário do Habib’s

    Em nota, a assessoria de imprensa da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) informou que a reconstituição considerou as duas possibilidades de causa da morte de João Victor. Uma é o jovem ter sido agredido pelos funcionários da lanchonete, conforme testemunhou a catadora de material reciclável, Silvia Croti, 59 anos. A outra é a versão do gerente e do supervisor do Habib’s, que negam ter agredido o garoto e afirmam que ele sofreu parada cardiorrespiratória depois de sair correndo de frente da lanchonete.

    “Dois peritos participaram dos trabalhos e fizeram as perguntas que julgaram pertinentes, sendo um contratado pela família do garoto e um pela empresa”, afirmou a assessoria da SSP-SP, que também informou que o laudo será anexado ao inquérito policial em andamento no 28º DP (Freguesia do Ó).

    Testemunha Silvia Croti aponta local onde João Victor teria sido agredido por funcionários do Habib´s – Foto: Reprodução

    A assessoria do escritório FC Advogados, que presta serviço à família de João Victor, afirma que o ponto em comum entre as duas versões das testemunhas é que o menino estava “espumando pela boca quando caiu no chão”. A defesa do garoto acredita que isso pode apontar que houve uso de “força extrema” de João Victor para escapar dos funcionários.

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