Polícia investiga ação de milícia na morte de colaborador de vereador do RJ

    Carlos Alexandre Pereira foi assassinado no domingo (8/4); ele trabalhava com o vereador Marcello Siciliano (PHS), que depôs na última sexta-feira (6/4) no Caso Marielle

    Colaborador postava foto de trabalhos na cidade | Foto: reprodução/Facebook

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro trabalha com a hipótese de milícias terem atuado na morte de Carlos Alexandre Pereira, de 37 anos, na noite de domingo (8/4), em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense. Pereira trabalhava com o vereador Marcello Siciliano (PHS), que depôs na última sexta-feira (6/4) para as investigações sobre o assassinato da parlamentar Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

    Uma fonte ouvida pela Ponte confirmou que as investigações partem do pressuposto de que milicianos atuaram no homicídio de Carlos Alexandre. Os agentes também investigam a possibilidade de a vítima ter ligação com um grupo deste tipo que age na região de Taquara, também na zona oeste do Rio.

    Segundo policiais militares, testemunhas relataram que os criminosos disseram “chega para lá que a gente tem que calar a boca dele” antes de atirar na cabeça do colaborador de Siciliano. O crime aconteceu por volta das 20h45 e seu corpo foi encontrado dentro de um carro.

    Na semana passada, o vereador prestou depoimento na DH (Delegacia de Homicídios da Capital) sobre os ataques que mataram Marielle e Anderson. Ele não detalhou quais informações levou aos investigadores.

    “Fui convocado a vir aqui prestar esclarecimentos para poder ajudar na linha de investigação que eles tomaram. Todos os vereadores foram chamados a vir aqui. Estou à disposição. A Marielle era uma pessoa da qual eu gostava muito. Sinto muito a perda dele e torço para que esse caso seja esclarecido”, disse o vereador, segundo o jornal Extra.

    Pereira (à dir.), com o prefeito Marcelo Crivela (de blazer) e de Siciliano (de camisa polo, ao centro) | Foto: reprodução/Facebook

    Siciliano declarou por meio de nota que recebeu com “grande pesar” a notícia da morte de Carlos. “Durante o tempo em que esteve conosco, fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário”, afirmou. O colaborador atuava com o parlamentar desde o dia 3 de abril.

    Sigilo sobre caso Marielle

    Em paralelo com a informação sobre o assassinato do colaborador, a cúpula da segurança pública do Estado se reuniram com membros do MP (Ministério Público) para tratar das apurações envolvendo Marielle e Anderson. Responsável pelos trabalhos, o delegado da Polícia Civil Giniton Lages não deu entrevistas antes ou após o encontro. O andamento da investigação segue tratado como sigiloso.

    Estiveram presentes na reunião o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem; o secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes; o chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa; e o superintendente regional da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi. Apenas Gussem falou com a imprensa.

    “Tem toda uma dinâmica a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo com todo cuidado necessário. Obviamente, o tempo da área jurídica e do próprio delegado é um tempo diferente da expectativa, às vezes, da própria imprensa. É um caso que requer muita atenção. Mas nós acreditamos na linha de investigação que está sendo encaminhada”, declarou o procurador, apontando como “coincidência” o debate acontecer um dia após a morte de Carlos Alexandre Pereira. ” Esta reunião já estava agendada há três dias, desde sexta-feira (6/4)”.

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