Policial desaparecida é achada morta com sinais de execução

    Soldado Tatiane Sousa Lima Rosa, que atuava na corporação há cinco anos, desapareceu em 18/3 e foi encontrada quatro dias depois, em Mairiporã (Grande SP)

    A policial militar Tatiane Sousa Lima Rosa | Foto: Divulgação

    A policial militar Tatiane Sousa Lima Rosa foi encontrada morta no último dia 22, à beira de um barranco no município de Mairiporã (Grande SP). Segundo a Polícia Civil,  o corpo da soldado apresentava sinais de disparos de arma de fogo na cabeça, nas costas e e no peito.

    Investigadores da Delegacia de Mairiporã compareceram ao local do crime e foram informados sobre o desaparecimento de uma policial militar. O 26º Batalhão da PM, com jurisdição naquele município, foi avisado.

    O corpo de Tatiane foi reconhecido por colegas de farda. Ela estava lotada no 9º Batalhão da Polícia Militar, no bairro do Tucuruvi, zona norte da capital paulista.

    Um cabo do Batalhão, que preferiu não se identificar, contou à Ponte que a soldado estava sumida desde o último dia 18. Segundo ele, Tatiane costumava faltar ao serviço e aguardava o afastamento da Polícia Militar.

    Esse não foi o primeiro desaparecimento de Tatiane. Nas redes sociais, grupos ligados a policiais militares publicaram a foto dela, comunicando o sumiço em 26 de julho do ano passado. A postagem dizia que ela havia embarcado na cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, com destino à São Paulo. Informava ainda que a policial tinha trabalhado na noite de 25 de julho.

    Ela havia saído pela manhã do dia 26 e informado aos colegas que voltaria para casa com um motorista de aplicativo. Na ocasião, Tatiane deveria ser apresentar no quartel na noite do dia 27. Ela reapareceu dias depois e continuou trabalhando.

    Um coronel da PM disse à Ponte que a soldado ainda pertencia aos quadros da instituição. Ele confirmou também que ela faltava muito ao serviço e acrescentou que a soldado tinha problemas de saúde e fazia tratamento psiquiátrico.

    Até a conclusão desta reportagem, a Polícia Civil não tinha pista do autor do assassinato de Tatiane nem da motivação do crime. O Departamento de  PMs Vítimas, instalado na Corregedoria da Polícia Militar, também investiga o caso. A soldado  ingressou na corporação em 2015.

    Há dois anos, mataram Juliane

    Tatiane é a segunda policial militar assassinada a tiros em São Paulo em um intervalo de um ano e sete meses.

    Em 2 de agosto de 2018, Juliane dos Santos Duarte, 28 anos, foi sequestrada por criminosos quando estava em um bar com amigos na favela de Paraisópolis, zona sul da Capital.

    O corpo dela foi encontrado quatro dias depois no porta-malas de um carro. Juliane foi executada com dois tiros, um deles na cabeça. Ela trabalhava no 3º Batalhão da Polícia Militar, na Vila Guarani, zona sul.

    Sete pessoas acusadas de envolvimento no crime foram identificadas. Quatro delas acabaram presas e acusadas pelos crimes de cárcere privado, tortura, homicídio doloso e associação à organização criminosa.

    Segundo a Polícia Civil, um dos quatro presos é Everaldo Severino da Silva Félix, conhecido como “Sem Fronteira”. Ele é apontado pelo Ministério Público Estadual como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do País.

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