Ponte Jornalismo vai lançar campanha de arrecadação no Catarse

    Site independente de jornalismo de segurança pública e direitos humanos pretende usar o valor levantado para manter uma estrutura mínima de redação por seis meses, além de produzir três grandes reportagens especiais

    Fortaleça a Ponte Jornalismo. Com essa frase como slogan, o site independente de notícias de segurança pública, Justiça e direitos humanos vai lançar, no dia 20 de março, uma campanha de arrecadação pela plataforma Catarse. O objetivo é levantar, em 60 dias, R$ 130 mil (cento e trinta mil reais), que serão usados para manter uma estrutura mínima de redação por seis meses, além da produção de três reportagens especiais.

    Fundada em março de 2014 com a preocupação de dar voz e rosto às vítimas de violência policial em todo o Brasil, a Ponte Jornalismo reúne jornalistas que buscam ir além das versões oficiais para denunciar a existência de uma prática sistemática de extermínio da população negra e pobre das periferias das cidades brasileiras. Também tem como foco de cobertura as questões de racismo e violência de gênero.

    Nestes três anos de existência, a Ponte fez muitas denúncias exclusivas e reportagens especiais. Na primeira reportagem, denunciou a história de um jovem negro preso injustamente. Após a publicação, ele foi libertado. Revelou o caso do capitão do Exército que  espionava manifestantes e os abusos sexuais, castigos físicos e discriminação cometidos sistematicamente na Faculdade de Medicina da USP  (FMUSP). Cobriu por dentro uma violenta desocupação na avenida São João, em São Paulo, e mostrou como o governo estadual de São Paulo esconde de seus cidadãos informações sobre segurança pública.

    Também revelou que, um ano após militares do Exército alvejarem um jovem em uma favela do Rio de Janeiro, deixando-o paraplégico e sem uma perna, o Ministério Público não havia sequer aberto inquérito para apurar o crime. Ainda no Rio, entre outras histórias, a Ponte cobre com exclusividade cada etapa do Caso Rafael Braga, ex-catador de latas negro preso injustamente em 2013 cuja história tornou-se símbolo da seletividade do sistema penal brasileiro.

    Até hoje, no entanto, o coletivo de jornalistas responsável por essas e outras reportagens e furos tem trabalhado de maneira voluntária e sem estrutura e equipamentos. É para tentar começar a mudar essa realidade que a campanha de arrecadação foi pensada.

    Por meio da página da campanha no Catarse, que será divulgada no dia do lançamento, os apoiadores e apoiadoras do jornalismo independente da Ponte poderão contribuir com qualquer valor e receberão recompensas de acordo com a quantia doada.

    Integrantes de movimentos sociais, familiares de vítimas de violência policial, artistas, jornalistas e defensores de direitos humanos já enviaram seus vídeos de apoio à campanha, que serão veiculados nas redes sociais. Entre eles, estão: coronel Adilson Paes de Souza, tenente Anderson Duarte, Akins Kinte, Daniel Eustaquio, Diogo Silva, Eduardo, Eliane Dias, Elizabeth Martin, Gilvan Ribeiro, Gregório Duvivier, Guilherme Boulos, Helena Katz, Ilana Katz, João Batista Damasceno, Juca Kfouri, Leonardo Sakamoto, Luiza Coppieters, Luiz Eduardo Soares, MC Sombra, Rubens Casara, Silvia Ramos e Valério Luiz.

    A Ponte Jornalismo é apoiada por:

     

    Instituições

    Artigo 19

    Associação Juízes para a Democracia

    Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk)

    Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo – SP (CDHEP)

    CESeC – Centro de Estudos de Segurança e Cidadania

    Conselho Indigenista Missionário (CIMI)

    Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos

    Comissão Justiça e Paz – Arquidiocese de São Paulo

    Conectas Direitos Humanos

    Cordão da Mentira

    Comissão Pastoral da Terra (CPT)

    FEP – Frente de Esculacho Popular

    Flores Raras – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Comunicação e Feminismos

    Fórum Brasileiro de Segurança Pública

    Fórum Nacional de Juventude Negra (ES)

    Geledés – Instituto da Mulher Negra

    IDDD – Instituto de Defesa do Direito de Defesa

    Intervozes

    Instituto Patrícia Galvão, Mídia e Direitos

    Instituto Sou da Paz

    Justiça Global

    LEIPSI – Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (UNICAMP)

    Mães de Maio

    Margens Clínicas

    MH2O – Movimento Hip Hop Organizado

    Movimento Moinho Vivo – Favela do Moinho

    Movimento Passe Livre (MPL)

    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

    Mídia Ninja

    Nós, Mulheres da Periferia

    Núcleo de Consciência Negra (USP)

    Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo

    Oboré

    Pastoral Carcerária

    Práxis Direitos Humanos

    Rede 2 de Outubro

    Racionais MC’s

    Grupo Tortura Nunca Mais – SP

    Uneafro

     

    Pessoas

    Alessandro Buzo – escritor e ativista social

    Antonio Funari Filho – advogado, presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo

    Ariel de Castro Alves – advogado e ativista pelos Direitos de Crianças e Adolescentes

    Aton Fon Filho – advogado

    Carlos Dada – jornalista investigativo de El Salvador, diretor do site El Faro

    Carlos Weis – coordenador do núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo

    Daniel Eustáquio de Oliveira -funcionário público e pai que investigou e comprovou o envolvimento de policiais militares de SP na morte de seu filho, César Dias de Oliveira, em julho de 2012

    Daniela Skromov de Albuquerque -Defensora pública, coordenadora auxiliar do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública (SP)

    Debora Silva Maria – Fundadora do Movimento Mães de Maio

    Dexter – rapper

    Emicida – rapper

    Fábio Konder Comparato – jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da USP

    Fernando Morais – jornalista, político e escritor

    Francile Gomes Fernandes -professora universitária, assistente social, militante em Direitos Humanos, irmã de Paulo Alexandre Gomes, vítima de desaparecimento forçado

    Giane Álvares Ambrósio Álvares -advogada

    Guilherme Boulos – professor de psicanálise e membro da coordenação nacional do MTST

    Hélio Bicudo – advogado, jurista e militante pelos Direitos Humanos

    Ivan Seixas – ex-preso político, coordenador da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo

    Pe. Jaime Crowe – padre católico da paróquia dos Santos Mártires (Jardim Ângela, SP)

    João Pedro Stédile – membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

    João Silvério Trevisan – escritor, jornalista, dramaturgo e ativista LGBT

    José Carlos Dias – advogado criminalista, ex-secretário da Justiça de São Paulo (1983-1986), ex-Ministro da Justiça (1999-2000) e o quinto coordenador da Comissão Nacional da Verdade

    José Celso Martinez Correa – diretor, ator, dramaturgo e encenador

    José Gregori – jurista, ex-secretário Nacional dos Direitos Humanos (1997-2000), ex-ministro da Justiça (2000-2001)

    Julian Assange – jornalista e editor do WikiLeaks

    Julita Lemgruber – socióloga e ex-diretora do sistema penitenciário do Rio, coordenadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes)

    Juvelino José Strozake – advogado

    Kenarik Boujikian – desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, co-fundadora e ex-presidente da Associação Juízes para Democracia

    Luís Fernando Tóffoli – psiquiatra e professor da Unicamp

    Luiz Eduardo Soares – antropólogo, cientista político e escritor brasileiro, co-autor dos best-sellers “Elite da Tropa“ e “Elite da Tropa 2“

    Marcelo Zelic – pesquisador, membro do Grupo Tortura Nunca Mais – SP

    Márcio Thomaz Bastos – advogado criminalista, ex-ministro da Justiça (2003-2007)

    Maria Amélia de Almeida Teles – ex-presa política, militante feminista, diretora da União de Mulheres de São Paulo, integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos

    Marina Dias Werneck de Souza -advogada criminalista, conselheira do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa)

    Maíra Machado – Coordenadora do Nucleo de Estudos sobre o Crime e a Pena da FGV, professora da DireitoGV

    Marta Rodrigues Machado -Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre o Crime e a Pena da FGV, professora da DireitoGV e pesquisadora do Núcleo Direito e Democracia do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap)

    Maureen Bisilliat – fotógrafa e documentarista

    MC Leo (Leonardo Pereira Mota) -funkeiro, ex-presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk)

    Paula Miraglia – Doutora em Antropologia Social pela USP. Foi Diretora Geral do International Centre for the Prevention of Crime

    Paulo Lins – escritor, autor de “Cidade de Deus”

    Paulo Arantes – filósofo, professor da USP

    Roberto Rainha – advogado

    Rose Nogueira – jornalista, Grupo Tortura Nunca Mais, SP

    Sérgio Gomes – jornalista, Oboré

    Sérgio Vaz – poeta e criador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia)

    Silvia Ramos – Cientista social e coordenadora do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes

    Silvia Viana – socióloga, autora do livro “Rituais de sofrimento”

    Sueli Carneiro – doutora em Educação pela USP e fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra

    Tata Amaral – cineasta, diretora dos longas “Antônia” (2006) e “Hoje” (2011)

    Ugo Giorgetti – Cineasta, diretor dos filmes “Jogo Duro”(1985), “Boleiros” (1998) e “O Príncipe” (2002)

    Valdenia Aparecida Paulino Lanfranchi – ativista de Direitos Humanos

    Vânia Lúcia da Silva Alves – dona de casa que ajudou a esclarecer o assassinato do irmão, Antonio Carlos Silva Alves, o Carlinhos, morto em 2008 por policiais militares pertencentes ao grupo de extermínio conhecido por Highlander

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