PonteCast | Os caminhos da Justiça com jovens da várzea, da Maré (RJ) e Luana Barbosa

    Edição número 27 trata da liberdade provisória de dois jovens da quebrada de São Paulo, o possível júri popular dos acusados de matarem Luana e as cartas das crianças da favela carioca

    O PonteCast de número 27 tem como seu principal ator a Justiça. Seja na liberdade de jovens apontados como inocentes, quando libera dois jogadores de futebol da várzea acusados de um roubo que dizem não ter cometido, seja na hora de avaliar se suspeitos de matar a jovem Luana Barbosa, em Ribeirão Preto, há três anos, devem passar ou não por júri popular, ou, ainda, com um clamor popular por meio de cartas que fez a Justiça do Rio de Janeiro voltar atrás em procedimentos para atuação da PM na Maré (RJ). Os repórteres Arthur Stabile, Maria Teresa e Paloma Vasconcelos destrincham o que rolou e as novidades do momento.

    Primeiro vem a liberdade dos dois garotos, Y., 16 anos e que terá identidade preservada de acordo com o ECA, e Arlailson, que completou 18 enquanto esteve por 29 dias preso na Fundação Casa do Brás, zona leste de São Paulo. Os dois moram na favela da São Maré, vizinha da USP (Universidade de São Paulo), na zona oeste da capital paulista. Ali, PMs os prenderam sob a suspeita de roubar o carro de uma PM. Ela reconheceu os dois, mas não havia nenhuma outra prova que os ligasse ao crime.

    Na quinta-feira (15/8), a Justiça decidiu liberá-los para responderem em liberdade. Arthur Stabile esteve lá e conta os momentos de emoção e também de tensão, quando um dos PMs que prendeu os dois fez gestos obscenos para moradores da Maré que protestavam no fórum do Brás. Maria Teresa lembra de como o professor dos jovens, Lula Santos, assegurou desde o começo a inocência de ambos. Não à toa, um dos momentos mais tocantes foi quando Lula desceu a escada do fórum de joelhos, agradecendo aos céus pela liberação.

    Ainda temos o relato de Paloma Vasconcelos, que esteve em Ribeirão Preto acompanhando a última audiência sobre a morte de Luana Barbosa. Durante dois dias, ela acompanhou à distância o que acontecia entre réus, defesa, acusação e juiz por conta de impedimento da Justiça. A repórter conseguiu descobrir as argumentações das partes e o que foi feito na última tentativa de livrar os suspeitos de passar pelo julgamento em júri popular. O próximo passo ainda não tem data para ser anunciado, seja a inocência, seja a pronúncia para o júri.

    Por fim, as cartas de crianças do Complexo da Maré evidenciam o trauma que uma política de segurança pública violenta adotada por governantes traz para a sua população. Com desenhos de helicópteros, os “caveirões aéreos”, relatos de medo e pavor, os jovens conseguiram sensibilizar a Justiça, que restabeleceu parâmetros básicos para ações policiais na comunidade. Sem mais delongas, desfrute do #27 PonteCast!

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