Repórter da Ponte lança livro de contos ‘Quando acaba’

Gil Luiz Mendes escreve sobre separações, maturidade e empatia em nova produção independente; evento de lançamento acontece na noite desta quarta (1) no centro da capital paulista

Gil Luiz Mendes lança o livro de contos Quando acaba. | Fotos: Rogério Alves e Reprodução/Instagram @gilluizmendes

O mais novo livro de contos do escritor pernambucano, podcaster na Central3 e repórter da Ponte Jornalismo Gil Luiz Mendes trata de um tema que pode parecer sensível para alguns e libertador para outros. Lançado de forma independente neste 1º de fevereiro, Quando Acaba reúne 15 histórias de términos e divórcios entre casais que estão principalmente na faixa dos 30 e 40 anos de idade. 

Os primeiros contos foram escritos ainda em 2019, pouco tempo depois de Gil terminar o seu terceiro casamento. O escritor conta que a ideia do livro não foi fazer uma autobiografia, mas escrever histórias de ficção a partir de suas experiências e a de seus amigos que também passaram por separações, principalmente durante a pandemia. 

“Também é uma questão geracional né? Inclusive, a maioria dos personagens desse livro tem mais ou menos a minha idade, está no final dos 30 e começo dos 40. E nessa fase todo mundo está meio nessa: têm um divórcio, ou está se divorciando, ou está vivendo conflitos nas relações”, explica o autor.

Nesta obra, Gil seguiu escrevendo inspirado em suas paixões, assim como no seu primeiro livro de contos Palas – Contos e Cantadas do Centro do Recife (2016) e no seu romance Depois da Curva do S (2018), ambos com histórias envolvendo sua cidade natal, futebol e música. Para o escritor, escrever sobre separações não se limita a falar de sofrimento, mas é também refletir sobre lealdade e maturidade no fim de um ciclo da vida. “Não posso reclamar nada em relação às minhas vezes. Nem todo final precisa ser triste. E nem todo final é feliz também”, pontua.

“O livro tenta ver o fim das relações dessas várias perspectivas, tanto do sofrimento, da dor, da ausência, mas também do alívio, do se querer bem também, né? Talvez as pessoas muitas vezes não funcionam como casal, mas são pessoas que se gostam, que só não deram certo quando estavam juntas”, prossegue.

Boa parte dos contos têm como protagonistas e narradoras figuras femininas. A escolha, segundo Gil, tenta entender o peso de uma separação dentro de uma sociedade machista, além de ser um reconhecimento às mulheres com quem ele teve a oportunidade de aprender dentro ou fora de relacionamentos e que o formaram uma pessoa melhor hoje, aos 38 anos. 

“Longe de mim em querer ser o homem feminista. Só as mulheres sabem o que é ser mulher, as durezas e as delícias de ser mulher. Mas eu tentei ter um olhar empático, sabe? E também ser um um exercício de escrita. Geralmente, quando eu escrevo uma história, eu nunca escrevo ela de uma vez só. Escrevo duas ou três vezes e sempre colocando uma perspectiva diferente”, afirma. 

Quando acaba teve a colaboração de Maria Júlia Brito (conhecida como Tuia), que fez a ilustração da capa, e de Elis Regina Emerêncio e Raquel Monteath, responsáveis pela revisão e pela edição do livro respectivamente. 

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O evento de lançamento acontece a partir das 19h30 desta quarta-feira (1/2) no bar Anexo Godê, localizado na Rua Conselheiro Nébias, 1517, no Campos Elíseos, centro de São Paulo. É possível adquirir o exemplar do livro a R$ 40 no evento ou entrando em contato com Gil Luiz Mendes por mensagem privada nas redes sociais (Twitter ou Instagram).

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