Mortes por “resistência” à PM em SP têm menor nível para maio em 4 anos

    Entre janeiro e maio de 2017, 171 pessoas morreram em supostas ‘resistências à prisão’; 22 foram em maio

    Maioria dos mortos em supostas resistências é negra | Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG

    O número de vítimas em casos registrados como “morte decorrente de oposição à intervenção policial” recuou e atingiu o menor índice para maio em quatro anos na capital paulista, de acordo com dados divulgados na última segunda-feira (26/06) pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).

    No mês passado, 22 pessoas morreram em casos registrados como “resistência” (termo usado para esse tipo de morte até o ano de 2012), segundo a SSP. Em maio de 2013, primeiro ano dessa nova série histórica, foram registradas seis mortes desse tipo de ocorrência.

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    Os negros (pretos e pardos) mortos representam 64% das ocorrências, totalizando 14 pessoas mortas. Significa dizer que, de cada três mortos, dois eram negros. Sete mortos tinham a pele branca (31%) e um morto foi registrado como “outros”.

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    Campo Limpo e Jardim Ângela, na zona sul; Iguatemi, na zona leste; e Jaraguá, na zona oeste, são os bairros que registraram duas ocorrências, com uma morte em cada. Já o bairro de Aricanduva, na zona leste, também teve duas mortes, mas em uma única ocorrência.

    Maio também é o mês com menos mortes por resistência em 2017. Nos cinco primeiros meses deste ano, 171 pessoas morreram por supostamente resistirem à intervenção da polícia.

    Desde o início dessa nova série histórica divulgada pela SSP-SP, em 2013, o ano com mais mortes entre janeiro e maio foi 2015, com 185 mortes.

    No primeiro ano da série, 28 pessoas morreram em supostas “resistências” nesse período; 2014 teve 148 mortes; e 147 morreram nos cinco primeiros meses do ano passado.

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