Mulher em situação de rua morta em chacina é enterrada em SP

    Flávia e mais duas pessoas foram mortas no sábado. Segundo a irmã, ela dormia na rua para ficar junta do companheiro

    Familiares compareceram em enterro de Flávia, 40 | Foto: Tulipa Negra

    O corpo de Flávia Firmino de Souza, 40 anos, morta em chacina que vitimou três pessoas no último sábado (12) em Interlagos, zona sul de São Paulo, foi enterrado no Cemitério São Luiz, no Jardim Casablanca, também na zona sul, no início da tarde do último domingo (13).

    Segundo o Frei Agostino, que conduziu a cerimônia fúnebre, estiveram na enterro seis filhos de Flávia, além da mãe e quatro irmãs.

    Frei Agostino conduziu cerimônia fúnebre | Foto: Tulipa Negra

    De acordo com Meire, uma das irmãs, Flávia se relacionava com Thiago Souza Santos, 40 anos, há cerca de seis anos. O homem, que era usuário de crack, estava em situação de rua e também foi vítima da chacina.

    Meire afirma que, como forma de demonstrar companheirismo e manter o uso de crack, Flávia passou a dormir na rua com Thiago. Durante o dia, no entanto, a mulher ia para a casa da mãe, na região onde aconteceu a chacina, se alimentar e tomar banho.

    Vítima de chacina foi enterrada no domingo (13) | Foto: Tulipa Negra

    A irmã da vítima ainda conta que, na noite anterior ao crime, Flávia saiu da casa da mãe às 22h30, poucas horas antes de ser assassinada.

    O Frei Agostino conta que a família de Flávia é marcada pela violência “há anos”. O membro da Comunidade Voz dos Pobres disse que a mulher vítima da chacina já havia perdido três irmão assassinados a tiros.

    O corpo de Thiago, companheiro de Flávia, foi identificado e deve ser enterrado na próxima terça-feira (15). Já o amigo Claython Santos, 38 anos, segue no IML (Instituto Médico Legal) aguardando reconhecimento oficial.

    Flávia morreu junto com companheiro, Thiago | Foto: Tulipa Negra

    Outro lado

    A Ponte Jornalismo questionou a assessoria de imprensa da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), que é administrada pela empresa terceirizada CDN Comunicação, às 13h do sábado da chacina. Mas não foi respondida, sobre o andamento das investigações, até o fechamento desta reportagem.

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