"Algoritmo da Opressão": livro explica como ferramentas de buscas reproduzem racismo

Texto de Jessica Santos Imagens: Divulgação

O que está por trás dos resultados de mecanismos de buscas? Essa é a pergunta que fez a professora estadunidense Safiya Umoja Noble escrever o livro “Algoritmos da Opressão: como o Google fomenta e lucra com o racismo”.

Segundo Jessica Santos, editora de relacionamento da Ponte, a obra é uma reflexão sobre os critérios de ranqueamento dos sites e conteúdos que procuramos na internet.

A autora procura esclarecer que empresas como o Google e outras ferramentas de buscas têm como prioridade vender “espaços publicitários para quem pagar mais e é isso que lhes dá lucro”.

Essa lógica capitalista é vista, por exemplo, quando a autora pesquisou os termos “meninas negras” e os resultados mais bem ranqueados são sites que pagaram por tais posições ou usaram ferramentas de otimização.

“Ao contrário do que esperava, os primeiros resultados que apareceram foram sites de conteúdo pornográfico nos quais corpos de pessoas negras são constantemente hipersexualizados”, descreve Jessica.

Adicione “O grande argumento do livro é os resultados dos mecanismos de busca estão entregando conteúdos que formam imagens racistas, sexistas, LGBTfóbicas de grupos historicamente marginalizados”. texto

A obra expõe exemplos de como os algoritmos não são neutros e podem ser utilizados para replicar o pensamento humano com base em valores específicos e interesses de ligado ao capital.

Para Jessica, “Algoritmos da Opressão” lembra o quanto essa tecnologia pode decidir sobre os conteúdos que vemos ou deixamos de ver e o quanto pode ser usada como ferramenta de controle social e de policiamento.

“Como você já acompanha aqui na Ponte para fazer reconhecimentos ilegais e acusar inocentes, o Brasil tem um talento especial. Pode imaginar com algoritmos automatizando isso como ficará nosso sistema carcerário?”, reflete.