Comunidades do Jacarezinho e da Muzema foram ocupadas nesta quarta (19) pelas forças policiais fluminenses: “violação de direitos humanos”, afirma Pedro Paulo da Silva, do LabJaca
Palco de operações marcadas pela letalidade policial, as comunidades do Jacarezinho e da Muzema, no Rio de Janeiro, foram ocupadas por forças de segurança o início do ano.
O programa anunciado pelo governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) começou a ser implementado em 2022 aos moldes das conhecidas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).
No entanto, a medida tem sido alvo de críticas por conta da falta de detalhes sobre sua implementação e por ser executada em ano eleitoral. Moradores das comunidades também reclamam da falta de diálogo.
Em entrevista à Ponte, Pedro Paulo da Silva, coordenador de pesquisa do LabJaca, plataforma de dados sobre favelas e periferia, diz que a política adotada pelo governo Cláudio Castro repete a estratégia de 2008 que não deu certo.
“Se você não tem você não tem noçãode quais são as reais necessidades da população e as melhores formas de fazer, como implementar as reais necessidades da população?”, ele questiona sobre a rapidez que o programa foi estabelecido.
O pesquisador avalia que a escolha de Jacarezinho, palco da maior chacina cometida pela polícia na história da cidade, aumenta um temor que já existe dentro da comunidade.
Para Pedro, o governo deveria, de imediato, rever a atual política de drogas que causa a repressão dentro das favelas e até mesmo facilita para que o tráfico ocorra.