Por Jéssica Santos

O pacto da branquitude: o agente de manutenção do privilégio branco

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A relação de poder herdada do período colonial é o tema central discutido no novo livro da psicóloga, escritora e ativista Cida Bento, O Pacto da Branquitude, lançado pela Companhia das Letras.

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Jessica Santos, editora de relacionamento da Ponte, conta que o termo que dá nome ao livro remete a vários episódios de sua vida profissional e pessoal enquanto mulher negra.

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A obra mostra de forma objetiva, a partir da trajetória de Cida Bento, como nossa sociedade está construída sob a premissa de uma hierarquia na qual, para que haja gente no topo é preciso que uma base seja massacrada.

“A psicóloga desenha uma vivência muito comum para pessoas negras: a sensação de que, por mais que estudemos e por mais brilhantes que sejamos, nunca conseguiremos alcançar determinadas posições”, relata Jessica.

Segundo a autora, há um acordo tácito para manter a herança de poder que pessoas brancas receberam da escravização de corpos negros. E estes privilégios têm sido mantidos sistematicamente.

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Segundo Jessica, a autora mostra que esses acessos e oportunidade que os brancos possuem podem ser observados no mercado de trabalho, na educação, na saúde e especialmente na segurança.

“Trazendo os conceitos de autoritarismo, nacionalismo e masculinidade branca, Bento revela como o pacto atua para criar a sensação territorial e social de “nós” e “eles”, onde o elemento “estranho”, negro, é visto como invasor violento e perigoso”, comenta a editora.

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Para se manter esses privilégios, a eliminação torna-se “mera política de manutenção da ordem”, reflete Jessica.

O livro propõe uma profunda reflexão aos leitores para que reconheçam seus papéis de participantes ativos ou passivos deste pacto - importante passo para quebrá-lo.

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