Texto de Jeniffer Mendonça Imagens: Reprodução e Daniel Arroyo
Perseguições, ocorrências, ostentação de armas e apoio a políticos. Os chamados “PMs influencers” reúnem milhares de seguidores nas redes sociais com conteúdos que vão contra as regras da corporação.
Desde janeiro de 2022, a diretriz PM3-006/02/21 estabelece uma série de regras sobre o uso de mídias sociais e aplicativos de mensagens por policiais militares de São Paulo.
A norma proíbe postagem e monetização de conteúdos que informem algum vínculo com a corporação, seja por meio de símbolos, ocorrências, fardamento, armas, viaturas, instalações das instituições.
Também é proibido a publicação de posts reivindicatórios e manifestações político-partidárias. A divulgação de solenidades com uso de farda ou de campanhas humanitárias com a participação da PM são algumas das exceções às regras.
A implementação das normas veio após o 7 de setembro de 2021, quando policiais da ativa chegaram a convocar manifestações, criticar publicamente políticos, o que já é vedado pelo Regulamento Disciplinar.
Com a norma, o soldado Felipe Joaquim, que ficou conhecido após ser flagrado agredindo um motoboy negro, precisou adaptar suas redes. A Ponte já havia denunciado que ele postava vídeos de ocorrências e fazia “parcerias comerciais”.
No entanto, a Ponte localizou perfis policiais que continuam descumprindo as normas. No Youtube, os soldados Aricleiton Barreto e Marcelo Henrique Silva acumulam inscritos e publicam vídeos de ocorrências que são monetizados.
O capitão André da Silva Rosa, que foi candidato a vereador de São Paulo em 2020, também seguiu postando armas, ocorrências e faz inúmeras menções à PM em seu perfil de Instagram com mais de 352 mil seguidores.
Candidato a um cargo eletivo, o capitão Rafael Henrique Cano Telhada, o Telhadinha, também utiliza o Instagram para publicar conteúdos referentes à PM em parceria com o seu pai, o deputado estadual Coronel Telhada (PP).