Policiais civis são acusados pelo Gaeco de integrar quadrilha criminosa

    Um deles já está preso. Outras cinco pessoas, incluindo um advogado, orquestraram o sequestro da mulher de um traficante

    Da esquerda para a direita, em cima: investigador Gilberto, investigador Devair, advogado Luciano. Da esquerda para direita, embaixo: Paulo Henrique, Priscila, Ludmila e Rodrigo. | Fotos: Arquivo pessoal

    Dois policiais civis da Central de Flagrantes de Rio Preto foram acusados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de integrar uma quadrilha responsável pelo sequestro e extorsão da mulher de um traficante preso no ano passado no município de Jundiaí (SP) com um caminhão carregado de maconha.

    O investigador Gilberto Donizete Gonzaga já está preso. O outro, Devair de Souza Júnior, está foragido. De acordo com as investigações, a dupla sequestrou a mulher de um traficante e a manteve em cárcere privado por dois dias.

    Além dos policiais civis, fazem parte  da quadrilha o advogado Luciano Ferrarezi do Prado, Rodrigo José de Araújo, Paulo Henrique dos Santos, sua esposa, Priscila de Carvalho Gomes, e a filha do casal, Ludmila Tauane.

    O grupo já teria recebido cerca de R$ 120 mil e uma caminhonete Mitsubishi L200 como pagamento para não denunciar que o traficante preso mantinha um barracão em Rio Preto com grande quantidade de droga. A caminhonete estava na casa de Paulo Henrique, que mora na zona norte da cidade. Há, inclusive, foto do veículo no Facebook do acusado.

    Segundo o Ministério Público, o dinheiro da extorsão foi depositado na conta das mulheres presas na operação. O sequestro da esposa do traficante foi planejado para forçar o pagamento de mais R$ 70 mil.

    Além das seis prisões — apenas o investigador Devair segue foragido — a operação, denominada Pirandello, resultou na apreensão de cinco veículos, R$ 40 mil, cheques e celulares.

    O delegado Raimundo Cortizzo, do Deinter-5 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior) lamentou o episódio. “É triste que policiais civis, que ingressaram na carreira para
    combater o crime, sejam presos justamente por integrar uma quadrilha de bandidos. Certamente eles serão expulsos da instituição”, afirmou.

    O investigador Donizete já foi conduzido para a cadeia da Polícia Civil, em São Paulo. Os três homens presos foram levados para a cadeia do município de Santa Fé do Sul, no interior paulista. Priscila e a filha Ludmila já estão na cadeia feminina de Nhandeara.

    O investigador Devair está de férias da Polícia Civil. Caso não tivesse recebido o benefício, ele estaria trabalhando na Central de Flagrantes de Rio Preto, no plantão das 7h às 19h nesta quinta-feira (27/07).

    A reportagem procurou os advogados dos acusados ontem e hoje, mas não conseguiu localizá-los até esta publicação.

    Já que Tamo junto até aqui…

    Que tal entrar de vez para o time da Ponte? Você sabe que o nosso trabalho incomoda muita gente. Não por acaso, somos vítimas constantes de ataques, que já até colocaram o nosso site fora do ar. Justamente por isso nunca fez tanto sentido pedir ajuda para quem tá junto, pra quem defende a Ponte e a luta por justiça: você.

    Com o Tamo Junto, você ajuda a manter a Ponte de pé com uma contribuição mensal ou anual. Também passa a participar ativamente do dia a dia do jornal, com acesso aos bastidores da nossa redação e matérias como a que você acabou de ler. Acesse: ponte.colabore.com/tamojunto.

    Todo jornalismo tem um lado. Ajude quem está do seu.

    Ajude

    mais lidas