“Vai começar a levar de graça”, diz PM para estudantes

    Após desocupar a Casa das Rosas, na Paulista, estudantes foram reprimidos com escudos. Governo Alckmin não comentou ameaça feita por PM

    No início da noite de sábado (16/7), aprendizes das Fábricas de Cultura — projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, gerido pela organização social Poiesis — ocuparam a Casa das Rosas, na Avenida Paulista, em São Paulo.

    Os estudantes protestavam contra cortes no orçamento das Fábricas de Cultura e diminuição no horário dos ateliês, pediam readmissão de educadores demitidos, melhora na qualidade da merenda e que “não tratem os aprendizes e suas reivindicações como caso de polícia”.  Horas antes, durante a madrugada, a PM havia expulsado aprendizes que ocupavam a Fábrica de Cultura do Capão Redondo, também administrada pela Poiesis.

    Foto: Daniel Arroyo
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte

    Por volta das 23h, os aprendizes desocuparam a Casa das Rosas e marcharam pela Avenida Paulista. Policiais reprimiram o protesto empurrando com escudos os estudantes, que gritavam “Sem violência”.  No final do vídeo gravado pela Ponte, dá para ver um dos policiais lançando uma ameaça. “Vai começar a levar de graça aqui já”, diz o PM para os estudantes, quase todos menores de 18 anos.

    A Ponte Jornalismo entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do governo Geraldo Alckmin (PSDB), gerida pela CDN Comunicação, e perguntou o que significa “levar de graça”. Ninguém respondeu.

    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte

    Já a assessoria de imprensa da Poiesis afirmou que a ocupação é “um ato ilegítimo e ilegal” que “extrapola o direito de manifestação”. A Poiesis afirma que “a prática do diálogo se deu em todo o momento” com os estudantes e que “concordou com as reivindicações mais urgentes, tanto que em sete de junho atendeu ao principal pedido dos aprendizes, que era a abertura da biblioteca até às 20h” na Fábrica do Capão Redondo.

    Sobre a qualidade de merenda, a organização social afirma que “o lanche servido é perfeitamente saudável (sanduiches variados, frutas e sucos naturais) e não temos registro de queixas”. A respeito das demais reivindicações, disse que “demissões, contratações e promoções são eventos rotineiros em qualquer tipo de organização”.

    “Restrições orçamentárias levaram à revisão da estrutura de operação, que pode redundar em alguma redução no quadro, dentro do esforço de assegurar prioritariamente a manutenção da quantidade e qualidade dos ateliês que são as atividades essenciais de formação, que a Fábrica oferece às comunidades”, diz a Poiesis.

    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte
    Foto: Daniel Arroyo/Ponte

     

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