Chacina em Joinville (SC) completa um mês e investigação segue sob sigilo

    Na madrugada do dia 6 de dezembro, sete pessoas foram mortas em menos de três horas na maior cidade de Santa Catarina
    Após um mês da chacina, investigação segue sem conclusão (Fabrício Porto/ND/Especial para a Ponte Jornalismo)
    Após um mês da chacina, investigação segue sem conclusão (Fabrício Porto/ND/Especial para a Ponte Jornalismo)
    Por Adrieli Evarini, especial para a Ponte Jornalismo

    A maior cidade de Santa Catarina, Joinville, fechou 2015 com um recorde de mortes violentas. Foram 126 homicídios registrados e no último mês do ano, uma chacina chocou a cidade, de cerca de 600 mil habitantes. Sete pessoas foram mortas na madrugada do dia 6 de dezembro em menos de três horas e o caso ainda não foi solucionado. A matança ocorreu um dia depois de um policial ter sido baleado. Buscando vingança, PMs chegaram a torturar adolescentes na cidade.

    Com dois inquéritos abertos para investigar seis das sete mortes (a sétima está sendo investigada separadamente por fugir dos padrões das demais), a investigação segue sob sigilo. Adão Pereira da Silva, 37 anos, Ederson Bonette Barbosa, 27 anos, André Manolo Corrêa, 35 anos, Daniel Alves de Lima, 32 anos, Alex Muniz Evaristo, 28 anos e Diogo da Rocha Garbari, 27 anos foram mortos a tiros naquela madrugada em dois bairros da cidade, o Fátima e o Paranaguamirim, ambos na zona sul e próximos ao local onde um policial militar foi baleado na madrugada anterior. O policial ficou internado no Hospital Municipal São José e morreu no dia 15 de dezembro.

    Segundo o delegado da DIC (Divisão de Investigação Criminal) responsável pelos inquéritos, Fabiano Silveira, a investigação ainda deve durar, no mínimo, 60 dias. Para ele, as seis mortes são muito complexas e as duas linhas de investigação adotadas desde dezembro não são descartadas. São elas: guerra entre facções pelo tráfico de drogas e retaliação da Polícia Militar em virtude do policial baleado na madrugada anterior a chacina. Alguns laudos solicitados já foram entregues à polícia, outros estão pendentes e o delegado solicitou ainda laudos complementares. “Espero entrar em fevereiro com a investigação bem encaminhada. Hoje, temos dois investigadores trabalhando no caso, mas a partir de segunda-feira (11), teremos quatro investigadores exclusivamente para resolver este caso”, ressaltou.

    A Polícia Civil prendeu no dia 14 de dezembro dois possíveis suspeitos de envolvimento com o crime que chocou a cidade. Um deles foi detido escondido em um sítio de uma cidade vizinha, Jaraguá do Sul, e continua detido no Presídio Regional de Joinville. O outro, preso à época, já foi liberado. A identidade do suspeito não foi revelada pelo delegado. “Como o caso é complexo, nós precisamos manter o máximo de sigilo para conseguir concluir investigação”, avaliou.

    Ainda segundo Silveira, na tarde da última terça-feira (5), o suspeito foi interrogado pela segunda vez e apresentou importantes contradições em relação a sua primeira declaração, no momento da prisão. “Com base nessas fortes contradições, os indícios contra ele se reforçaram e com base nisso encaminhei a prorrogação da prisão por mais trinta dias”, destacou.

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