Mano Brown conversa sobre segurança pública com um dos fundadores da Ponte em novo episódio do ‘Mano a Mano’

Jornalistas André Caramante e Cecília Oliveira são os convidados do podcast que vai ao ar nesta quinta-feira (5) no Spotify. “Pode ajudar no debate sobre nos tornarmos uma República, de fato, democrática”, diz Caramante

André Caramante e Cecília Oliveira são convidados do sétimo episódio do podcast do rapper Mano Brown. Foto: Jef Delgado/Spotify

Esta semana, o podcast Mano a Mano traz um debate relevante sobre as políticas de segurança pública no Brasil e seus reflexos na população negra e periférica. O rapper Mano Brown conversa com os jornalistas André Caramante, um dos fundadores da Ponte Jornalismo, e Cecília Oliveira, diretora do Instituto Fogo Cruzado, no episódio que vai ao ar nesta quinta-feira (5/5) na plataforma de streaming Spotify.

A violência policial e o papel das polícias são alguns dos principais pontos abordados durante a entrevista. Caramante, que atualmente é chefe de redação do Núcleo de Jornalismo Investigativo da Record TV, diz que se sentiu honrado com o convite feito pelo amigo Mano Brown, com quem também conversa sobre música, futebol e troca suas vivências como jornalista.

Para ele, o debate sobre segurança pública é urgente, precisa ser lançado sob a perspectiva dos direitos humanos e para diversos públicos. “Estar ali ao lado da Cecília, com o Brown que é um comunicador nato, um cara que fala com muita gente desse Brasil, acho que pode ser um momento de reflexão e pode ajudar no debate sobre nos tornarmos uma República, de fato, democrática. Porque o Brasil não é uma democracia plena. A gente vive num país em que os jovens, principalmente os da periferia, são os alvos em potencial do braço armado do Estado, que são as polícias”, aponta.

Como repórter há mais de 20 anos, Caramante denuncia os altos índices de letalidade policial em São Paulo e investiga a ascensão do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em 2012, precisou deixar o Brasil por conta de represálias que sofreu por parte da polícia e desde então passou a atuar sem se expor. Nesse período, participou junto com outros jornalistas e comunicadores da fundação da Ponte em 2014.

Participar do podcast e aparecer em fotos ao lado de Cecília e Mano Brown foi uma decisão pensada, segundo ele. “Trabalhando como jornalista, a gente está o tempo cobrando a transparência das instituições, cobrando a verdade, que tudo seja levado a luz, aos olhos do público. E se eu vou cobrar cada vez mais transparência, chegou o momento de eu botar a cara e falar: ‘sou eu mesmo, estou aqui, meu trabalho é esse e essas são as bandeiras que acredito’”.

No podcast, Cecília Oliveira vê a oportunidade de falar sobre a importância da segurança pública na prática e de como as pessoas têm suas vidas afetas por políticas públicas que não levam em conta questões de raça, classe e gênero. “Quando a gente fala de segurança a imagem de uma viatura pode ser uma das primeiras coisas que aparecem na nossa cabeça. Mas precisamos entender isso de forma ampla, como sistema, para que a gente possa inclusive questionar quando nos oferecem soluções furadas para problemas complexos. Precisamos enxergar a segurança como um direito das pessoas e falar sobre isso em um dos maiores podcasts do país tem efeito”.

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Em seus sete episódios disponíveis, a segunda temporada de Mano a Mano já tratou de temas como racismo, cultura hip hop, humor e política. Entre as personalidades entrevistadas estão a ex-presidenta Dilma Rousseff, o rapper Emicida e o neurocientista Sidarta Ribeiro.

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