Por Arthur Stabile, especial para a Ponte Jornalismo
Segundo domingo de maio já é tradição. Família reunida em volta da mesa, um almoço especial, homenagens às mães, entrega de presentes… Sorrisos nos rostos, alegria de ter ao lado quem se ama. Sejam mães com um batalhão de filhos à sua volta, sejam mães com seu filho único. Essa cena se repetirá milhares de vezes neste domingo (08/05) por todo o país. Exceto em algumas casas de Osasco e Barueri.
Oito meses atrás, em 13 de agosto de 2015. 19 mães perdiam seus filhos na maior chacina registrada na história de São Paulo. Pessoas mortas a sangue frio enquanto comiam pastel, tomavam uma cerveja ou simplesmente conversavam com seus amigos. Somente nesta semana começou o processo na Justiça, com o depoimento dos sobreviventes dos ataques. Enquanto isso, mães continuam sem respostas sobre quem tirou a vida de quem elas cuidaram desde o primeiro choro.
Mães como dona Aparecida Gomes da Silva Assunção, Cidineia Ferreira e Zilda Maria de Paula terão de enfrentar um vazio estranho neste domingo. É o primeiro dia das mães que não terão ao seu lado os filhos. Apesar de Aparecida e Cidineia terem outros filhos, a sensação de que falta alguém permanecerá por todo o dia. Leandro e Deivison não estarão lá. Para Zilda, ficará na mente a lembrança de um ano atrás, quando seu único filho ainda estava vivo junto dela. Fernando Luís, neste dia das mães, não dará o seu recorrente “Sinto muito” à Zilda por não ter dinheiro para comprar presente.
Em relato à Ponte Jornalismo, Aparecida, Cidineia e Zilda contam como imaginam que será o primeiro dia das mães após a perda.