Polícia do Rio investiga vídeo em que mulher negra é torturada

    “Respeita a porra da segurança, caralho!”, berra um dos agressores, supostos seguranças de um supermercado na Zona Norte do Rio de Janeiro

    https://www.youtube.com/watch?v=rCOoQWgPs3Y&feature=youtu.be

    É investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro um vídeo que mostra uma mulher negra sendo torturada por dois homens, supostamente seguranças de um supermercado em Madureira, bairro na Zona Norte da capital fluminense.

    O registro foi postado na página de um ex-deputado estadual goianiense no Facebook na quinta-feira (16/02) com a legenda: “Mulher é pega roubando alimentos em um supermercado de Madureira/RJ e seguranças abusam na punição”.

    “Moço, desculpa!”, implora a mulher no início da gravação, empurrada contra uma parede.

    “Olha pra cá!”, ordena o homem, desferindo uma sequência de tapas no rosto de mulher. “Você vai roubar mais aqui?”, prosseguiu ele, sem interromper as agressões e segurando seus braços de modo a impedir que a vítima protegesse o rosto. “Eu não vou roubar mais aqui!”, repetia ela, a cada golpe, obedecendo ao homem, que berrava: “Respeita a porra da segurança, caralho!”. Ele também usou objeto semelhante a uma colher de pau para agredi-la.

    Enquanto a mulher limita-se a pedir desculpas com expressão de choro e a repetir exaustivamente que não roubaria mais no local, o segundo homem, que grava o vídeo, tortura-a psicologicamente, ordenando-lhe que olhe na direção da câmera e diga: “Eu roubei e por isso eu tô apanhando”. Na sequência, o outro segura a vítima pelo cabelo e bate sua cabeça contra a parede com força, dizendo: “Não vem mais aqui, caralho!”.

    Os golpes não cessam ao longo de um minuto e 33 segundos de gravação, que termina com o segundo homem, que estava filmando, repassando o aparelho para o primeiro e batendo com um chinelo na cabeça da vítima, que chora, obrigada a manter as mãos para trás. “Tira a mão!”, repete ele, enquanto a agride. Os dois ainda perguntam onde ela mora.

    Não há elementos que identifiquem o estabelecimento onde o fato ocorreu e os rostos dos agressores não aparecem no vídeo.

    A Polícia Civil afirmou que a 29ª Delegacia de Polícia (Madureira) “tomou conhecimento das informações veiculadas pela imprensa e por redes sociais” e que “investigação policial está em andamento para apurar o ocorrido”.

     

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