Quatro policiais civis de SP são indiciados por lavagem de dinheiro após tiroteio em MG

    Agentes paulistas e mineiros teriam sido contratados para fazer escolta de empresários em transação que resultou na morte de um investigador; R$ 14 milhões em possíveis notas falsas foram apreendidas

    Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu R$ 14 milhões dispostos em seis malas dentro de um carro. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Minas Gerais

    O 4º Departamento da Polícia Civil de Minas Gerais indiciou, neste sábado (20/10), quatro policiais civis de São Paulo por lavagem de dinheiro, um segurança particular por homicídio de investigador mineiro, um idoso por tentativa de estelionato e três policiais civis de Juiz Fora por prevaricação (quando um funcionário público deixa de realizar o seu ofício por interesse pessoal). Outros cinco policiais paulistas envolvidos prestaram depoimento, mas foram liberados.

    Segundo o boletim de ocorrência, na sexta-feira (19/10), houve uma troca de tiros entre policiais civis de São Paulo e Minas Gerais no subsolo do estacionamento do prédio anexo I do Hospital Monte Sinai, que resultou na morte de um investigador, lotado em Juiz Fora, e na de um homem de 42 anos.

    No local, foram apreendidos dois carros. Um dos veículos, um Etios, continha R$ 14 milhões em notas de R$ 100 em seis malas, a princípio falsas. No outro, um Jeep Renegade, haviam dois coletes a prova de balas de uso restrito da Polícia Civil paulista.

    De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os agentes paulistas teriam sido contratados para realizar a escolta de um empresário que faria uma transação com outro, também escoltado por policiais mineiros. A suspeita é de que o tiroteio tenha ocorrido por conta das notas falsas, mas ainda será apurado.

    Dois envolvidos no tiroteio estão internados sob escolta no Hospital Monte Sinai. O segurança está na na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em estado grave e estável, após ser submetido a cirurgia de grande porte, e um policial civil de Juiz de Fora que foi baleado no pé. Os outros indiciados foram presos.

    À Ponte, a assessoria de imprensa do hospital disse que está “colaborando com as necessidades de investigação da polícia para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”.

    Em nota, a In Press, assessoria terceirizada da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que “delegados da Corregedoria da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Judiciária da Capital paulista estão em Juiz de Fora em contato constante com a Polícia Civil mineira para auxiliar pessoalmente nas investigações, a fim de apurar todas as circunstâncias do caso”. A SSP disse, ainda, que “não compactua com desvios de conduta de seus agentes e os envolvidos na ocorrência devem responder criminal e administrativamente por eventuais irregularidades cometidas”.

     

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