Refugiada venezuelana teve que lidar com distância do filho e morte do marido, mas superou tudo com rede de apoio

    Premiado curta-metragem “Recomeços” conta a história de Richeily Andreita; a exibição online e gratuita acontece nesta quarta-feira

    Richeily Andreita é refugiada venezuelana | Foto: Divulgação/Nos Olhos Fotografia

    O documentário “Recomeços” conta a história de Richeily Andreita, refugiada da Venezuela que está em São Paulo desde 2018 e será exibido pela primeira vez na internet nesta quarta-feira (24/6). A exibição do curta-metragem, que já foi premiado em festivais internacionais, seguido de um debate será das 19h às 20h30. Para assistir, se inscreva aqui.

    A obra conta a história da venezuelana que decidiu resgatar o filho e familiares do país após se estabelecer em São Paulo. Richeily é uma das refugiadas amparadas pelo projeto Conexão Venezuela, desenvolvido pela ONG Cruzando Histórias. 

    A iniciativa da ONG chamou a atenção do documentarista Saulo Ribas, da produtora audiovisual Little Stories. Sensibilizado com a história da venezuelana, ele resolveu documentá-la sob o ponto de vista dela.  

    “Ela [Richeily] nos deu acesso aos seus momentos de maior alegria e fragilidade. Acompanhamos seu primeiro emprego no Brasil, seus momentos difíceis e seus medos”, disse Ribas.

    Lançado em dezembro do ano passado, a obra já foi exibida em festivais de cinema no Brasil e exterior, além de participar de mostras e eventos voltados para o debate em torno da questão dos refugiados. Chegou a ser selecionada para Changing Face International Film Festival e TMFF – The Monthly Film Festival, além de vencedora do Madras Independent Film Festival.

    A proposta, agora, é que o curta seja divulgado em eventos com temáticas sobre Direitos Humanos em várias partes do mundo. 

    Fundadora da ONG Cruzando Histórias, Bia Diniz conta que conheceu Richeily através do projeto Conexão Venezuela, que presta assistência social, apoio jurídico e preparação para o mercado de trabalho aos refugiados venezuelanos. A iniciativa ainda regulariza documentos, estabelece moradias, ajuda a trazer filhos e familiares para o Brasil e os conectam a oportunidades de trabalho.

    “A Richeily veio sozinha da Venezuela. Tinha deixado o filho de 5 anos com a sua mãe e o seu marido para tentar recomeçar a vida aqui no Brasil. Mas depois de dez dias que ela veio para cá, o pai do menino morreu em um acidente de moto”, relembra.  

    Quando soube da história, Bia recorda que não mediu esforços para ajudá-la. A partir daí, começou a se mobilizar e conseguiu, com a ajuda de outras pessoas, a estabilizar a venezuelana em um emprego e numa moradia digna. 

    Hoje, Richeily trabalha em uma empresa multinacional e compartilha o mesmo lar junto com sua família, graças a ajuda da ONG. 

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