Série animada ‘Justiça e Guerra às Drogas’ denuncia papel racista de magistrados e promotores

Vídeos são uma produção de Ponte, JUSTA, Plataforma Brasileira de Política de Drogas e Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas

Uma série de quatro vídeos animados se propõe a mostrar ao grande público um lado ainda pouco conhecido sobre o funcionamento do sistema de justiça brasileiro. Se a Lava-Jato vendeu para muita gente a ideia de que juízes e promotores são heróis que combatem os interesses dos poderosos, a série Justiça e Guerra às Drogas mostra uma outra realidade: os membros do Judiciário e do Ministério Público fazem parte de uma elite poderosa, muito rica e muito branca, que tem como principal resultado de seu trabalho a blindagem dos ricos e perseguição de negros e pobres.

A série foi criada por iniciativa do JUSTA, plataforma que pesquisa o funcionamento do sistema de justiça, da rede Plataforma Brasileira de Política de Drogas e da ONG Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. O roteiro e a produção dos vídeos foram realizados pela Ponte Jornalismo, veículo de comunicação especializado em direitos humanos, em parceria com a produtora Iracema Rosa.

Os quatro vídeos, com duração entre 6 e 10 minutos, usam a animação como um recurso para divulgar, de um jeito atraente e acessível, um panorama sobre como se dá a aplicação da lei de drogas no Brasil e como magistrados e promotores se associaram aos governos para blindar a violência policial e produzir o encarceramento em massa da população negra. 

A animação será exibida toda terça-feira, a partir de 28 de setembro, na Ponte Jornalismo, sendo replicada no El País, no Yahoo! Notícias e na Rede TVT e nos canais do YouTube das organizações responsáveis pelo projeto (veja abaixo).

O primeiro vídeo — Os juízes são heróis? — revela o perfil elitizado dos magistrados brasileiros e como isso se reflete em suas atuações práticas. O segundo e o terceiro vídeos— Proibir drogas faz mal à saúde. E à sua família e A guerra às drogas é uma guerra aos pobres — analisam o impacto real da proibição de drogas sobre a maioria da população brasileira. Para finalizar, a última animação — Descriminalizar, desfinanciar, desencarcerar  — propõe um novo caminho, envolvendo a descriminalização de todas as drogas, o desencarceramento das populações e o desfinanciamento da polícia e do sistema de justiça criminal.

Série animada | Justiça e Guerra às Drogas
Onde:
estreia no YouTube da Ponte Jornalismo, com replicação em:
Yahoo! Notícias
El País
Rede TVT
Canal do JUSTA 
Canal da Plataforma Brasileira de Política de Drogas
Canal da Iniciativa Negra
Quando: terças, de 28/9 a 19/10 (os vídeos continuam disponíveis depois)

QUEM SÃO OS AUTORES

JUSTA
Projeto de pesquisa que se propõe a facilitar o entendimento e a visualização de dados do financiamento e da gestão do sistema de justiça de maneira acessível e inovadora. 

Plataforma Brasileira de Política de Drogas
Rede para a atuação conjunta de organizações não governamentais, coletivos e especialistas de diversos campos de atuação que busca debater e promover políticas de drogas fundamentadas na garantia dos direitos humanos e na redução dos danos produzidos pelo uso problemático de drogas e pela violência associada à ilegalidade de sua circulação

Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas
Organização da sociedade civil que atua pela construção de uma agenda de justiça racial e econômica promovendo ações de advocacy em direitos humanos e propondo reformas na atual política de combate às drogas.

Ponte Jornalismo
Defende os direitos humanos por meio do jornalismo, com o objetivo de ampliar as vozes marginalizadas pelas opressões de classe, raça e gênero e colaborar na sobrevivência da democracia brasileira.

Já que Tamo junto até aqui…

Que tal entrar de vez para o time da Ponte? Você sabe que o nosso trabalho incomoda muita gente. Não por acaso, somos vítimas constantes de ataques, que já até colocaram o nosso site fora do ar. Justamente por isso nunca fez tanto sentido pedir ajuda para quem tá junto, pra quem defende a Ponte e a luta por justiça: você.

Com o Tamo Junto, você ajuda a manter a Ponte de pé com uma contribuição mensal ou anual. Também passa a participar ativamente do dia a dia do jornal, com acesso aos bastidores da nossa redação e matérias como a que você acabou de ler. Acesse: ponte.colabore.com/tamojunto.

Todo jornalismo tem um lado. Ajude quem está do seu.

Ajude

mais lidas