Ela afirma que um dos baleados foi detido por policiais militares, em Guarulhos (Grande São Paulo), horas antes de sua morte em Pirituba (zona oeste de SP), a cerca de 32 km de distância. Defensor de PMs afirma que tiroteio foi legítimo
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Um pelotão inteiro da Rota, suposta tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, foi preso no fim da tarde desta quinta-feira (06/08) sob a suspeita de ter forjado um tiroteio para tentar justificar a morte de dois homens. As duas mortes aconteceram em um matagal na avenida Doutor Felipe Pinel, em Pirituba (zona oeste de São Paulo).
A prisão dos 14 integrantes da Rota é administrativa, por cinco dias, e aconteceu porque uma testemunha ouvida pela Corregedoria (órgão fiscalizador) da Polícia Militar de SP afirmou que um dos dois homens mortos havia sido preso antes do tiroteio alegado pelos militares.
A testemunha disse à Corregedoria da PM que os PMs da Rota teriam detido um dos dois mortos em Guarulhos (Grande São Paulo) e o levado para Pirituba, onde ele foi envolvido em tiroteio simulado. Localizada na região metropolitana norte, a cidade Guarulhos fica distante cerca de 32 km de Pirituba, bairro da zona oeste da capital paulista.
Na fim da tarde de quinta-feira, os PMs da Rota disseram ter matado os dois homens em Pirituba porque eles tentaram resistir à prisão. Um terceiro homem conseguiu escapar do cerca dos PMs e fugiu pelo mesmo matagal onde os outros dois foram mortos.
O trio estava em um carro sem registro de roubo ou furto. Segundo a versão dos PMs da Rota, os homens estavam armados e carregavam dois artefatos explosivos. Quando foram localizados pela Rota, eles tentaram fugir, foram alcançados, abandonaram o veículo e trocaram tiros.
Outro lado
Segundo o advogado João Carlos Campanini, a prisão dos 14 PMs da Rota é inconstitucional. “Eles [PM] simplesmente foram presos e não tiveram o direito de defesa”, disse. Na sexta-feira (07/08), o defensor dos PMs fez um pedido de libertação deles, mas a Justiça Militar decidiu que os homens da Rota devem permanecer presos ao menos até terça-feira (11/08).
O advogado também sustenta que o tiroteio que resultou na morte dos dois homens foi legítimo. “Foi aquilo mesmo o que aconteceu. Eles perseguiram três homens em um carro e dois deles morreram na troca de tiros”.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, além das prisões dos 14 PMs da Rota, também foram apreendidos uma submetralhadora 9 mm., um revólver, um colete à prova de balas e duas dinamites.
A pasta se recusou a informar os nomes e os números dos registros dos PMs da Rota presos pela corregedoria da corporação.
Até a conclusão desta reportagem, a Secretaria da Segurança ainda não havia identificado os dois mortos pela Rota.