Especial Assédios na PM: Mulheres são vítimas todos os dias

    Pelo menos 40% das mulheres que atuam nas instituições policiais brasileiras já sofreram assédio

    Ilustração: Junião/Ponte Jornalismo


    Intensa e constante, a violência de gênero no interior das instituições policiais ainda é ignorada pela sociedade. Por medo, policiais femininas acabam silenciando em meio a uma realidade de assédios e discriminação — sobretudo na Polícia Militar.

    A pesquisa “As mulheres nas instituições policiais”, realizada em 2015 pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) e pelo NEOP (Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, traz números assustadores.

    Entre profissionais de guardas municipais, pericia criminal, Corpo de Bombeiros e das Polícias Civil, Militar e Federal, 39,2% das mulheres entrevistadas afirmaram já terem sido vítimas de algum tipo de assédio, moral ou sexual (físico), dentro da instituição em que trabalham. Entre os homens, esse número caiu para 20,1%.

    Das mulheres, 12,8% afirmaram ter sofrido humilhação ou desrespeito por parte de colega de nível hierárquico superior em razão de seu gênero, ao passo que entre os homens esse índice foi de 2,6%.

    Mas os abusos não são praticados apenas por superiores: 11,2% das policiais afirmaram ter sido desrespeitadas ou humilhadas por colegas de mesmo nível hierárquico, enquanto 2% dos homens disseram ter passado por esse tipo de situação.

    As que afirmaram ter sido assediadas sexualmente por superiores hierárquicos representam 6%, enquanto, entre os homens, 1,7% disseram ter sofrido assédio.

    Mas esses índices podem ser muito maiores se levarmos em conta o número de mulheres dispostas a contar suas experiências. O levantamento foi feito de forma anônima, o que evidencia o grau de silenciamento. Apenas 11,8% das mulheres que participaram da pesquisa chegaram a denunciar os abusos sofridos.

    A maioria cala — quando não por medo, por naturalizar a cultura machista e submeter-se, acreditam as policiais militares que contaram à Ponte suas histórias. Seus nomes são fictícios.

    “O machismo é escancarado dentro dos quartéis”

    “Assim como diversas colegas, eu sofri bastante assédio, tanto sexual quanto moral. Não hesito em dizer, apesar de não poder confirmar com dados concretos, que todas nós já passamos ou passaremos por algum tipo de assédio dentro da instituição, independentemente do estado”, diz Sofia*, de 27 anos, que neste ano completa sete anos como soldada da PMCE (Polícia Militar do Ceará).

    Ela conheceu essa realidade já no curso de formação, quando um capitão que coordenava sua turma começou a assediá-la sexualmente. Ele a tirava frequentemente de dentro de sala de aula, segurava sua turma além do horário, “ia dispensando um por um”, sempre a “deixava por último” e a pressionava para levá-la em casa. “Sempre me mandava mensagens, me ligava”, diz.

    Na época, ela se relacionou com um colega de turma e o capitão passou a persegui-lo também. Quando o rapaz foi desligado do curso, ele fez uma réplica de caixão e levou à sala de aula em tom de comemoração. “Foi lá na sala sorrindo, comemorando. Foi bem asqueroso. Ele agia como um adolescente apaixonado”, recorda.

    Sofia deixou claro inúmeras vezes que não tinha interesse nenhum em se relacionar com ele, que passou a assediá-la moralmente, prejudicando inclusive sua turma. “Eram duas turmas no quartel e a minha tinha um tratamento totalmente diferenciado. Primeiro ele tratava de forma mais amena por conta do sentimento por mim e depois, como não foi correspondido nesse sentimento, passou a tratar bastante diferente, sendo muito rigoroso”, conta.

    Ela chegou a sofrer pressão de colegas para ceder. “Eu cheguei a ouvir de vários colegas, e até mesmo de policiais mais antigos do quartel, que eu deveria ficar com ele em nome do bem-estar da minha turma”, afirma ela, que foi obrigada a suportar os assédios do capitão ao longo dos quatro meses do curso de formação, período durante o qual colegas e superiores não intervieram, mesmo tendo consciência do que estava ocorrendo.

    A forma como os colegas — recrutas, praças e oficiais — referiam-se à situação também foi, por si só, um incômodo. “Todos comentavam com ar de chacota”, diz. “Acabou que todo mundo do quartel praticamente compactuou com aquilo. O comandante do batalhão tinha ciência do que estava ocorrendo, os demais policiais lotados no batalhão, bem como meus companheiros do curso de formação. E de modo geral foram coniventes, porque nada fizeram, se omitiram”, critica Sofia. Havia apenas cinco mulheres na turma além dela, em meio a um universo dominado por homens.

    Para ela, aquele foi apenas o começo de um extenso histórico de assédios. “Não tive apoio nem dos meus próprios colegas de sala do curso de formação e esses quase sete anos de polícia não foram diferentes. Aquilo foi só uma prévia”, afirma.

    Nos últimos anos, ela foi vítima de abusos muitas outras vezes. Como exemplo, houve um colega tentou agarrá-la no local de trabalho e um capitão que lhe disse que “não consegue trabalhar com mulher sem se interessar” e “dar em cima” da colega. Também há superiores que dão cantadas por telefone.

    “Eu já sofri um assédio por telefone sem a pessoa nunca nem ter me visto. Pelo simples fato de eu ser mulher, de ele ter identificado a voz feminina ao telefone, um coronel já se sentiu no direito de passar uma cantada em mim. E sempre que eu ligava, ele tinha o hábito de me cantar. Ele nunca me viu, não sabe como é minha aparência, mas pelo simples fato de ser mulher, se sente nesse direito”, diz a policial. “Infelizmente, essa é uma ideia muito comum nos quartéis. De que as policiais femininas estão ali para servi-los, como se estivessem disponíveis”, completa.

    Houve uma época em que Sofia trabalhava viajando com colegas e, sendo a única mulher do grupo, foi fortemente assediada. “Já teve ocasião em que tive que trancar a porta do quarto porque um capitão ficou tentando entrar, me chamando de madrugada, me assediando, tentando entrar no meu quarto de madrugada”, conta.

    “São N situações, não só minhas como de colegas. Se nós já temos uma cultura machista, imagine no seio de um quartel, de uma instituição militar. O militarismo não é tão forte como antes, mas essa parte ruim, esses resquícios, de subjugar a mulher, ainda são muito fortes. O machismo é muito evidente e escancarado dentro dos quartéis”, critica.


    “Você acaba aprendendo que é melhor ficar calada, porque se falar, será prejudicada”

    Também soldada da PMCE há sete anos, Elisa* foi vítima inúmeras vezes de assédio moral, que, também segundo ela, começa a acontecer já no curso de formação, no qual há canções com conteúdos machistas para estimular as tropas a correrem.

    “Eu quero namorar essa morena que passa / Eu não jogo, eu não fumo, eu não bebo cachaça / Mas ela não me quer porque eu não tenho dinheiro / Aí que ela se engana porque eu sou do bombeiro”, canta o pelotão, sugerindo que mulheres são interesseiras.

    Outras chegam a um nível ainda mais baixo, como “Cuba”. As mulheres correm na frente dos homens, que, correndo atrás, entoam:


    O Brasil vai lançar um foguete,
    Cuba também vai lançar
    Quero ver se “Cuba lança”
    Quero ver “Cuba lançar”.
    Balança o peitinho e o bumbum também
    Põe a mão na cabecinha num gostoso vai e vem
    Balança o piu-piu, balança o pica-pau,
    Balança o Xaropinho que é um cara bem legal
    O Brasil vai lançar um foguete,
    Cuba também vai lançar
    Quero ver se “Cuba lança”
    Quero ver “Cuba lançar”.
    Vai, vem, vai, vai, vem princesa
    Vai, vem, vai, vai, vem
    O Brasil vai lançar um foguete,
    Cuba também vai lançar
    Quero ver se “Cuba lança”
    Quero ver “Cuba lançar”.

    O assédio no curso de formação já começa assim, segundo Elisa. “A gente tinha que correr ouvindo essas musiquinhas. Era muito constrangedor. Eu não me sentia confortável em correr ouvindo um monte de homem cantando isso”, diz, visivelmente incomodada só de repetir a letra da “música”.

    A diferença no tratamento dispensado a homens e mulheres é uma violência constante na instituição, segundo a policial. O coronel que comanda atualmente a unidade onde ela é lotada jamais responde a uma continência sua, como responde às de seus colegas. “A continência é um cumprimento, mas a impressão que ele me passa é a de que é como se eu não fosse um policial como os outros”, questiona.

    E vai além. Certa vez, Elisa e quatro policiais de uma força tática especial conversavam enquanto aguardavam o coronel, que, ao chegar à sala onde se encontrava o grupo, cumprimentou todos os homens — menos ela. “Ele cumprimentou os quatro com aperto de mãos e me ignorou, não me cumprimentou. Inclusive teve que me saltar, porque eu estava entre os quatro”, conta.

    Como tem carteira de habilitação há muitos anos e destreza na direção, sua primeira atuação na PM foi como motorista de viatura. Durante os dois anos em que ocupou o cargo, foi uma das poucas mulheres a desempenhar função tão comumente atribuída a homens.

    Certa vez, após um dia de muitas ocorrências, Elisa não teve tempo para ir a um posto fazer a limpeza da viatura, que ela costumava entregar sempre limpa ao próximo motorista. “A gente entrega a viatura e o outro motorista que assume olha a viatura toda e recebe. Quando fui passar o serviço, de um turno pro outro, o próximo motorista falou: ‘nossa, que viatura suja! E isso porque é uma mulher que dirige’”, conta, em tom de indignação.

    “Se fosse um homem, tudo bem estar suja, mas uma mulher não, a obrigação é limpar, a mulher nasceu pra isso. Era quase isso que ele estava me dizendo. Fiquei ofendidíssima. Porque é como se eu fosse a única obrigada a limpar por ser mulher, então a de todo mundo pode estar suja, mas a minha não pode porque eu sou mulher e nasci pra limpar”, completa.

    O machismo se manifesta de diversas maneiras no cotidiano de Elisa. Um exemplo disso são os homens que se recusam a trabalhar com mulheres ou fazem comentários depreciativos sobre sua capacidade profissional, como um sargento com quem ela trabalhava. “Quando nós, PFems [policiais femininas] estávamos escaladas com ele, a gente chegava e ele dizia ‘vixe, hoje eu estou só’, como se não fôssemos uma força de trabalho ali e ele tivesse que trabalhar sozinho porque não poderia contar conosco. Como se a gente fosse ‘café com leite’”, lembra.

    Ofendidas, algumas policiais levaram a queixa a superiores e, diferentemente do que costuma ocorrer quando mulheres denunciam atitudes machistas na PM, houve resultado. “Ele sempre dizia isso, até que um superior chamou sua atenção e ele parou. Não parou de pensar isso, mas parou de falar”, afirma.

    Houve ainda diversas ocorrências das quais Elisa foi impedida por colegas de participar durante o tempo em que trabalhou nas ruas. “Como eles eram mais antigos na corporação, eu tinha que obedecer. Por exemplo, numa ocorrência em que os bandidos se embrenhavam num mato, eles diziam ‘ó, tu fica aí na viatura copiando no rádio’. Não queriam que eu entrasse no mato com eles, como se fosse para me poupar por eu ser mulher. Não era por nenhum outro motivo, era por eu ser mulher. Porque tinha outros policiais com o mesmo tempo que eu de polícia, mesmo nível de experiência, que iam com eles pro mato, mas eu eles não queriam que entrasse”, conta.

    Os homens consideram que a mulher é uma “força menor” na corporação, que pode “atrapalhar”, segundo a policial. “Não sei dizer se isso é uma preocupação, mas me soa mais machismo do que isso. Esse cuidado todo me soa como se não confiassem em mim como policial. Eu estava com o mesmo poder de fogo que eles, mas eles acham que você fica melhor na viatura. ‘Fica aí mesmo, copiando a frequência do rádio’”, critica.

    Elisa já foi muito prejudicada por questionar o machismo na PM, bem como o peso da hierarquia na instituição, que dá aos oficiais carta branca para tratarem os praças como quiserem, inferiorizando as mulheres, principalmente. Ela viveu na pele as consequências depois de questionar um superior, sendo transferida da unidade onde trabalhava e perdendo parte de seu pagamento como punição por, simplesmente, exigir respeito.

    “Um major falou alto comigo e eu o peitei. Disse a ele que se falasse alto comigo eu iria à Controladoria e o denunciaria por assédio moral. Fiquei muito mal vista pelos meus superiores e, em menos de três meses, fui transferida e perdi minha gratificação de 1700 reais. Eu crio um filho sozinha e fez muita falta”, conta. “Você acaba aprendendo que é melhor ficar calada, porque se você falar, será prejudicada”, completa.

    As punições são sempre severas a quem denuncia assédios de qualquer natureza praticados por superiores. Por isso, Elisa e as demais mulheres evitam ao máximo fazer qualquer tipo de reclamação ou questionamento. “Quanto menos formos vistas, melhor, para não ficar com a fama de que é questionador. No militarismo, é ruim ter essa fama”, afirma.

    Segundo ela, qualquer policial que defenda pautas progressistas, como a legalização das drogas e a desmilitarização da polícia, é muito mal visto na corporação. “A polícia é um lugar de gente conservadora, que tem a mente fechada pra tudo. Quem questiona muito não é bem visto, não”, afirma.

    “Tem que ter muita coragem para questionar, porque pra gente levar uma punição, não precisa nem ser uma punição regulamentada pelo nosso código. Eles conseguem punir de outras maneiras, como te transferindo para um lugar longe da sua casa, colocando você em serviços mais sofridos, mais puxados”, conta.

    “É melhor ficar calada. Não tem como você se defender aqui. Se você ameaçar qualquer pessoa juridicamente, sofrerá as sanções, e se não forem sanções da lei, serão as da lei deles”, conclui a policial.

    Ela questiona ainda o fato de a lei ser excessivamente severa com militares, que não podem sequer se posicionar publicamente sobre diversas questões em rede social, por exemplo, algo que costuma render punições a PMs. Essa censura imposta contra todos aqueles que discordarem de qualquer norma da instituição foi criticada também pelo tenente cearense Anderson Duarte em entrevista à Ponte (“Eles querem uma nova polícia”).

    “Não podemos publicar nossas ideias explicitamente se forem de encontro a algum pensamento da corporação, porque estamos vulneráveis, sujeitos a responder nas três esferas: civil, militar e administrativa”, diz Elisa, que sonha em deixar a polícia, como tantas outras mulheres. Quando conseguir, pretende “publicar algumas memórias” do período em que viveu toda essa opressão que é ser mulher na instituição. “Aí eu já estarei fora da esfera militar e eles não terão como me punir”, desabafa.


    “É como se nunca você tivesse feito o bastante. Sempre tem que estar provando que é capaz”

    Ocupar posições mais elevadas na hierarquia da PM não livra as mulheres de serem vítimas de assédio, embora as praças sofram mais abusos.

    Policial Militar há dez anos no Ceará, Mônica* hoje é capitã e sofreu assédio na época em que era tenente — primeira posição na escala hierárquica de oficiais da PM, que abarca, na sequência ascendente, capitães, majores e coronéis.

    Em 2013, ela foi assediada durante aproximadamente três meses por um comandante que se disse apaixonado por ela. “Ficava mandando mensagens e regulando minha vida pessoal. Chegou inclusive a ameaçar de me transferir quando percebeu que eu realmente não iria ceder”, conta.

    A questão hierárquica, como sempre, determinou o agravamento do efeito do assédio sobre a vítima. “Nunca tentou me tocar. Mas me sentia acuada porque ele era meu comandante. Mesmo eu sendo oficial, ele detinha um certo ‘poder’ sobre a minha vida profissional e isso me preocupava”, recorda a policial.

    Ela chegou a contar o que estava ocorrendo a outro oficial do quartel, que “se solidarizou mas também ficou mais na dele” — como nos demais casos apurados pela Ponte. Sentiu vontade de denunciar, mas “achou melhor deixar passar” e “acredita que muita gente sequer conte, por medo de ter sua imagem relacionada a essas histórias num meio militar”.

    No fim das contas, o assediador foi transferido por outros motivos e Mônica, que permaneceu na unidade, sentiu profundo alívio. “Foi uma situação muito desconfortável. Eu chegava a chorar. Tinha medo quando ele me chamava na sala dele. E fiquei muito feliz quando ele foi transferido”, enfatiza.

    Ela também já teve sua capacidade profissional questionada por ser mulher. “Já tive um comandante que não queria me escalar para comandar operações porque eu era mulher. Ele chegou a dizer isso expressamente. Mas comprei uma briga com ele, relatei toda a minha qualificação e ele acabou cedendo”, conta. “Mas é como se nunca você tivesse feito o bastante. Sempre tem que estar provando que é capaz. Tanto para subordinados como para superiores”, critica.

    Assim como Sofia e Elisa, Mônica sente a diferença de tratamento entre homens e mulheres na PM. “Sinto que as mulheres são bem mais ‘monitoradas’ na sua vida pessoal dentro da instituição. Com quem ficam, o que fazem na folga. Inclusive por outras mulheres. Exige-se da mulher determinadas posturas que não se exige do efetivo masculino. Isso é assédio pra mim”, defende.


    Machismo de dentro, machismo de fora: “a corporação é um reflexo da sociedade”

    A violência de gênero nas polícias, para as três, reflete o machismo arraigado na sociedade de uma forma geral, embora mais intenso em instituições onde predomina o conservadorismo — caso do militarismo.

    “Quem tem um pensamento crítico consegue enxergar. Quem não tem não consegue, porque, por incrível que pareça, as próprias mulheres são muito machistas na corporação”, critica Elisa. A maior parte das mulheres, segundo ela, acaba naturalizando e reproduzindo atitudes machistas no ambiente de trabalho. “Mas o machismo inclusive das mulheres não se restringe à corporação. A corporação é um reflexo da sociedade”, afirma.

    Para as policiais, a realidade seria outra se houvesse mais mulheres na instituição. No Ceará, as mulheres começaram a ingressar na PM somente em 1994, e por meio de cotas — 5% das vagas da instituição são direcionadas a policiais femininas, apenas.

    “A corporação enxerga as mulheres somente como uma força de trabalho administrativa, como se não tivéssemos as mesmas qualidades para desempenhar funções da linha de frente, do combate”, critica Elisa. Homens também trabalham em funções administrativas, mas ela não acredita que, por isso, sejam considerados “menos capazes”.

    “Os que estão nas ruas tem méritos por se arriscarem mais, mas isso não anula o profissional que está ali atrás, fazendo escalas de serviço, tomando conta da sua ficha, da sua vida, das suas férias e tudo, porque sem ele não tem como o serviço andar”, completa.

    E como os assuntos são estritamente militares, não há como colocar um civil para desempenhar tais funções, segundo a policial, que espera ver a mulher em outra posição, não apenas na polícia, mas na sociedade.

    “O que eu espero que aconteça é, aos poucos, uma conscientização das pessoas sobre o que é o feminismo, a igualdade entre os gêneros. Uma conscientização de cada mulher sobre seu papel. É preciso força”, encerra.

    Leia também:

    Especial Assédios na PM – Parte 2: “Na polícia, tudo tem um preço”

     Especial Assédios na PM – Parte 3: “O capitão da PM queria me fazer sentar no colo dele”

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