No ano passado, “professor Luizão” assumiu que era transexual e passaria a ser Luiza. Os alunos apoiaram a novidade, mas, em junho, o Colégio Anglo demitiu a professora por “problemas profissionais”
Uma das lições mais bonitas que a estudante Pietra Costa, 16 anos, recebeu na escola foi testemunhar a transformação do seu professor de filosofia em uma mulher. “Foi lindo”, lembra a aluna do Colégio Anglo Alphaville, que, em novembro do ano passado, fazia parte de uma das turmas que viu o “professor Luizão” dizer diante dos alunos: “O tio Luiz na verdade é tia Luiza. Eu sou transexual”.
Naquele gesto, os estudantes receberam uma aula extracurricular sobre identidade de gênero e superação de preconceitos. Pietra conta que os alunos acolheram a novidade e sentiram “uma admiração intensa” por Luiza, “pela coragem de se comprometer com tudo aquilo que poderia encontrar para ser quem ela é e por permitir que participássemos daquele momento”.
A mesma admiração que já sentiam pelo velho Luizão, que, muito antes de trocar a barba pelo batom vermelho, adorava mexer com a cabeça de seus alunos. “Luiza foi de longe uma das melhores professoras que tive. As coisas que aprendi com ela são imensuráveis, desde Sócrates até lidar com a minha vida e com o meu ser, minha existência”, diz outra aluna, Marina Sahyoun, 15 anos.
Nos dias de hoje, ou de qualquer tempo, é de se imaginar que uma escola fosse valorizar uma professora capaz de ensinar “coisas imensuráveis” e “tudo que se pode encontrar para ser quem se é”. Mas parece que o Colégio Anglo Leonardo da Vinci, onde Luiza Coppieters, 35 anos, lecionava desde 2009, dando aula nas cinco unidades do grupo (em Alphaville, Granja Viana, Osasco, Taboão da Serra e Vila São Francisco, todos na Grande SP) — não viu com esse olhar.
Em março deste ano, Luiza ficou sabendo que a escola havia reduzido suas aulas e cortado seu salário em dois terços. Ela conta que caiu em depressão, saiu em licença médica para tratamento e tentou o suicídio duas vezes. Em 29 de junho, veio o golpe final: a escola anunciou que, após seis anos de trabalho, ela havia sido demitida sem justa causa.
Luiza está convencida de que foi mandada embora por ter assumido sua transexualidade. “A única justificativa para minha demissão é a transfobia”, afirma.
“Problemas profissionais”
O colégio nega que a demissão tenha sido motivada por preconceito e afirma que a motivação foi profissional, sem entrar em detalhes. “A demissão da professora Luiza foi decorrente de problemas de ordem profissional ligadas ao cotidiano de aulas, compromissos e relações éticas de uma escola. Infelizmente essas questões detalhadas não podem ser expostas publicamente em respeito à figura da professora Luíza e aos próprios trâmites internos da escola”, afirma Wagner Dias, coordenador de ensino médio da escola.
Ainda segundo o coordenador, em entrevista por e-mail, Luíza “desde maio deste ano ficou ausente da escola e, exceto quando solicitado, não fez aviso formal de seus problemas de ordem emocional”. Ele afirma que a escola “carrega em sua história uma opção clara pela valorização da diversidade humana”.
De ogro a mulher
Para Luiza, a perda do emprego foi um entre outros obstáculos que enfrentou após sua transição de gênero. Sair da posição de homem branco de classe média para a de mulher trans, conta, foi como “sair do topo da cadeia alimentar do capital e ir para o último lugar da escala”. Seu cotidiano passou a se povoar de medos e limites que muitos homens nem imaginam que existam, embora sejam bem conhecidos das mulheres.
Sair sozinho à noite para comprar um maço de cigarros no posto de gasolina, algo que Luizão fazia sempre, é um hábito que Luiza prefere evitar. Das vezes em que fez isso, ficou assustada com os olhares que recebeu e percebeu que era a única mulher naquele horário e local. Por duas vezes, já foi seguida por carros ao voltar a pé sozinha para casa. Se Luizão, ao sair na rua à noite, só tinha receio de ser assaltado, Luiza passou a lidar com o medo de apanhar e ser estuprada. “Comecei a perceber violências clássicas que as mulheres sofrem diariamente.”
Mas nenhum problema é capaz de fazer Luiza se arrepender da sua mudança, que veio lhe trazer uma paz como não conheceu ao longo das três décadas de angústia que viveu como homem, sem conseguir entender os próprios desejos. “Eu pensava: ‘eu gosto de mulher, então não sou viado’”, conta. “Era um desejo confuso de ser e ter. Eu queria ter as mulheres lindas, mas ao mesmo tempo queria ser como elas.”
Formado em filosofia pela USP em 2004, adotou na faculdade um visual de “ogro barbudo e cabeludo” que levou para a vida adulta. “Eu era assim para me esconder, dos outros e de mim”, avalia hoje. Tudo mudou em 2012, no dia em que foi a um restaurante japonês com um amigo e viu um casal de meninas numa mesa ao lado. “Fiquei transtornado. Percebi que não queria estar ali com elas, eu queria ser uma delas.” A chave virou quando concluiu: “Sou lésbico”.
A metamorfose começou com Luiza entrando em supermercados às 2 da manhã, atrás de lingeries para usar escondida em casa, e prosseguiu com o corte da barba a laser e o tratamento hormonal. Durante quase dois anos, foi uma trans no armário. Pintava as unhas de vermelho em casa, mas ao ir para a escola removia tudo com acetona e ainda usava jaleco para esconder os seios que começavam a aparecer.
Só no final de 2013 Luiza contou o segredo aos professores do Anglo. De início, aceitaram bem. Mas, a partir daí, Luíza começou a perder espaço na escola.
Mulher de meio expediente
No começo de 2014, Luiza perdeu os grupos de debates que coordenava. No segundo semestre, conta que foi proibida de abordar assuntos de gênero e sexualidade na sala de aula. Logo ela, que vivia usando as diferenças entre homens e mulheres para fazer os alunos questionarem verdades estabelecidas e aprenderem a pensar. “Já que não tem preto aqui, vou falar de mulher, porque quero incomodar vocês”, costumava dizer na abertura do curso. E incomodava.
“Vocês sabiam que vão ganhar 30% a menos do que eles quando estiverem no mercado de trabalho?”, costumava perguntar às meninas. “Ele cutucava o que tinha de mais enraizado nos alunos e mostrava as contrariedades e hipocrisias de tudo aquilo em que estávamos imersos por sermos parte da sociedade”, recorda a aluna Pietra.
A professora manteve ao longo do ano a rotina de mulher de meio expediente, continuando a ser Luiz para os alunos. A revelação só veio em novembro, quando os alunos descobriram um perfil feminino que Luiza havia criado no Facebook. Muitos pensaram que fosse algum tipo de protesto contra o machismo. “O que é aquilo, professor?”, perguntaram. Mesmo com medo do que podia acontecer, Luíza foi em frente. Foi aí que respondeu: “O tio Luiz na verdade é tia Luiza. Eu sou transexual”.
“A reação dos estudantes foi muito positiva. Houve aceitação e respeito apesar do estranhamento de alguns poucos alunos no começo”, lembra a aluna Marina. Na saída de um dos colégios, Luiza conta que um aluno o abraçou e disse: “obrigado, professora”. Os estudantes passaram imediatamente a tratar a professora no feminino, disseram que podia vir com roupas femininas o quanto antes e, nas provas, riscavam os textos em que o nome dela aparecia como Luiz, escrevendo LUIZA por cima.
Após se revelar na escola, voltando para casa, à noite, pela Raposo Tavares, Luíza conta que teve a sensação de que seu peito se abria de lá “saía voando uma revoada de pássaros ou morcegos, sei lá”. Um mal estar que sempre havia sentido, um gosto cinza que morava dentro dela, foi embora. Lembrou de quando tinha cinco anos e pediu às estrelas cadentes da praia que a transformassem numa menina. “Eu pensava: foram 30 anos de um sonho que agora está acontecendo. As noites de insônia, as angústias, todos os dramas, tudo foi embora. Estou viva.”
Última lição
Estava pronta para ser feliz, mas o mundo à volta de Luiza não iria facilitar. Diferente dos alunos, os pais não acolheram a novidade com tanto entusiasmo. “Uma grande parcela não aceitou e falou coisas do tipo ‘como ela vai dar aula agora?’, como se o fato dela ser mulher trans mudasse o intelecto que ela tem”, conta Marina. Bem que os adultos desta história poderiam aprender algumas lições com seus filhos.
No ano seguinte, vieram os cortes de quase 70% no salário e nas aulas. “Os caras foram me destruindo como professora”, conta. Desesperada, Luíza começou o ano letivo vendendo parte da sua coleção de livros, acumulada ao longo de anos, para pagar as contas. “No meu primeiro Dia das Mulheres, estou vendendo meus filhos”, escreveu no Facebook em 8 de março. Sentiu-se ainda pior ao perceber que nenhum professor lhe ofereceu apoio. “Aquele silêncio à minha volta me fez muito mal.”
Mergulhou na depressão e tentou suicídio duas vezes. Na primeira, tomou todos os antidepressivos que tinha em casa. “Descobri que não mata, só zoa.” Na segunda, passou quatro dias sem comer, enchendo-se de remédios para dormir, tentando morrer de inanição. Foi salva pelos amigos.
Ao ser demitida, estava tão deprimida que passou um tempo sem saber como reagir. “Não estava pensando direito. Achava que a culpa era minha”, lembra. Agora está decidida: pretende processar o Anglo por danos morais. “Vai ser importante não só para mim, mas para abrir jurisprudência para casos de transfobia no ambiente privado”, afirma. É uma lição que a professora pretende ensinar à escola.
Outro lado: Entrevista com Wagner Dias, coordenador de ensino médio do Colégio Anglo Leonardo da Vinci
Ponte – Por que Luíza foi demitida?
Wagner Dias – A demissão da professora Luiza foi decorrente de problemas de ordem profissional ligadas ao cotidiano de aulas, compromissos e relações éticas de uma escola. Infelizmente estas questões detalhadas não podem ser expostas publicamente em respeito à figura da professora Luíza e aos próprios trâmites internos da escola. No entanto, desde maio deste ano ficou ausente da escola e, exceto quando solicitado, não fez aviso formal de seus problemas de ordem emocional.
Ponte – A professora diz que a demissão foi motivada por transfobia. O que o Anglo tem a dizer a respeito?
Wagner – Ficamos surpresos com o motivo levantado pela professora, que talvez não tenha sido colocado nestes termos. Como mostrou matéria de Catraca Livre no ano passado, a professora estava bastante satisfeita com o ambiente de acolhida que recebeu de todos, alunos, professores e funcionários, quando expôs publicamente sua mudança.
Desde o momento em que procurou os responsáveis pelo andamento da escola, por volta do início do ano passado, foi criado um plano de acolhimento, que envolveria todos os membros do ambiente escolar. A professora inclusive participou de viagens de estudo do meio, comemorações e reuniões de pais, sem qualquer constrangimento.
Ponte – A escola recebeu pressões de pais ou funcionários para demitir Luiza?
Wagner – Sim, houve por parte de pais, mas em número muito menor do que imaginado por nós. E essa foi uma parte difícil pois alunos, professores, coordenadores e funcionários se manifestaram solidários à sua escolha. Quanto aos pais reticentes foram atendidos individualmente e tranquilizados quanto ao trabalho pedagógico e de formação de seus filhos.
Ponte – Como o Anglo vê as discussões sobre gênero em sala de aula?
Wagner – As discussões de gênero e outras ligadas às injustiças sociais são tratadas sem constrangimento em sala de aula, como a própria professora fazia sem que houvesse qualquer tipo de impedimento ou assédio moral. Nossa escola carrega em sua história uma opção clara pela valorização da diversidade humana e foram inúmeros os casos em que houve acolhida a estes casos e crítica contundente à qualquer tipo de conduta intolerante.
Ponte – Ao demitir uma professora trans, qual a lição que o Anglo acredita que está passando aos seus alunos?
Wagner – A escola não pretende dar lição alguma, por não se tratar de um problema de ordem trans, e sim de ordem profissional. São questões diferentes. O curso ministrado pela professora deveria ser mantido incólume a qualquer questão de ordem pessoal. O fato infeliz de sua demissão não carrega qualquer carga de oposição à sua opção transgênero, mas sim ao cumprimento de obrigações didático-pedagógicas.
O Anglo. Fui estudante lá na unidade de Osasco do ano de 2010 a 2012, cursando o ensino médio. Presenciei diversas vezes professores dando em cima de alunas e mantendo casos com estas. Presenciei casos de machismo. Uma vez, uma aluna foi com um shorts curto que não pertencia ao uniforme e um garoto a assediou verbalmente. A coordenadora da época repreendeu a menina e disse que o garoto estava correto. Naquele dia em diante, as regras sobre o uniforme ficaram mais rígidas. É uma grande contradição, pois o próprio shorts do uniforme das meninas na época era super colado. Minha turma ainda participou de uma greve organizada pelos estudantes a respeito das péssimas condições de sala de aula. O Anglo incentiva a competição constante e não fornece de psicólogos ou outros profissionais capacitados para lidarem com seus alunos e equipe profissional. Tendo estudado lá, parece uma piada ler todas essas respostas desse coordenador que sempre pensou apenas no lucro obtido por meio de seus alunos brancos e de classe média.
Sobre a demissão da professora: a demissão tem SIM a ver com seu gênero. Não sejam hipócritas. A restrição ao conteúdo de aulas, quantidade de aulas e remuneração mostra que tem sim a ver. Diante de tantos professores homens que trabalham no ensino médio desse colégio, vocês vêm dizer PUBLICAMENTE que não é uma questão de gênero? Ridículos.
Atitude vergonhosa da Escola Anglo….Invés de aproveitarem a excelente oportunidade para ensinarem alunos, pais e funcionários a respeito de transexualidade e transformarem o mundo num lugar melhor, mais tolerante…Lamentável e imperdoável!
Não terá a mão do Anglo ajudando na tolerância do mundo, mas feliz será quem promovê-la no lugar de vocês!
Força Luiza…. Força cada dia!! Seja apenas quem vc de fato é nesta única vida que temos!
Luiza. Estou plenamente orgulhosa de você.Sou professora também e tenho muito, muito orgulho de profissionais que vestem a camisa do ser pensante, do formar cidadãos e não meros reprodutores das bases fragilizadas de nossa sociedade.Nenhuma palavra define meu orgulho por ti.Infelizmente as pessoas não entende o que é ser transexual.Parabéns, és linda e eu namoraria contigo com muito orgulho!Sucesso.
O preconceito e o machismo estão enraizados em todo o conteúdo que esse diretor fez…
Tem q meter um processo dos grandes em cima de um cara desses! Pra eles e os comparsas aprenderem!
Força, Luiza!
Inteligente como é, você sabe e está escancarando que o problema está com eles. Certamente sua história inspira muita gente que luta todos os dias para enfrentar todos os tipo de preconceitos e violência.
Coisa horrível, hein Anglo? Poderia servir de exemplo, mas escolheu o caminho mais fácil…
Que injusto.
Força aí Luiza!
O coordenador cita uma matéria do Catraca Livre para “mostrar” que ela recebia apoio de alunos, professores e funcionários. Detalhe: a reportagem do CL foi toda feita com base em entrevistas com alunos, e somente alunos. Pegou MUITO mal para o Anglo, e já não era hora da transfobia pegar mal.
Pelo menos ela deixou plantadas várias sementes de tolerância com os alunos. Uma excelente profissional, pelo visto.
Luíza. Você passou mais de três décadas construindo seu mundo como Luíz. Quem conseguiu o emprego foi o Luiz, as contas a serem pagas foram contraídas em nome do Luíz. Daí, o Luiz deixa de existir para dar lugar para a Luíza. Se a Luíza representa o início de uma nova vida, é justo também a Luíza começar uma nova carreira profissional. Afinal de contas, quem conseguiu todas as hora / aulas no Colégio Anglo, foi o Luíz, não a Luíza!! Assim, você acha justo tomar o emprego de alguém que não é você??? Acho justo a direção do Colégio Anglo dispensar a Luíza, por que o emprego foi dado ao Luíz. A Luíza é uma nova pessoa. Nada mais justo que recomeçar a vida do zero. Resta à Luiza força para encarar sua nova vida!!!
parabens colegio anglo;;;; se deixarmos esses anormais vao infestar nossas crianças
Força, Luiza.
– Demitida? vc deveria ser presa por ensinar crianças a se perventerem parabens a quem te demitiu…. vc é escoria
Absurda a atitude do colégio Anglo em relação a professora Luiza. Podem falar o que for, mas ela foi demitida por ser transexual SIM e isso é inadmissível!!!
Luiza, minha querida, vc tem todo o meu apoio, quem sai perdendo nisso tudo é o colégio que deixou de ter uma excelente profissional. Força, porque essa luta não será fácil. Seja feliz!!!
Juliana também estudei neste colégio na unidade de Osasco. Ao qual enchem as cabeças dos alunos de merda. Você sai de lá com uma cabeça, aí quando você vê os fatos como são, que você se dá conta de que educação recebeu de lá. O único objetivo do Anglo é te educar para passar em uma prova e que você se torne devoto da máfia que hoje governa este país, suas ideologias e sem mais. “O Anglo incentiva a competição constante e não fornece de psicólogos ou outros profissionais capacitados para lidarem com seus alunos e equipe profissional.”
Desde o ensino fundamental já exercem esta prática vergonhosa.
“Sobre a demissão da professora: a demissão tem SIM a ver com seu gênero. Não sejam hipócritas. A restrição ao conteúdo de aulas, quantidade de aulas e remuneração mostra que tem sim a ver. Diante de tantos professores homens que trabalham no ensino médio desse colégio, vocês vêm dizer PUBLICAMENTE que não é uma questão de gênero? Ridículos.”
Homofobia é palavra de ordem do Stalin, Putin e pseudos esquerdinhas do Anglo! Fora Anglo!
Eu não concordo com esse posicionamento, pois, no meu ponto de vista, o Luiz foi contratado por seu currículo e por provar que teria competência para ocupar o cargo e não pelo fato de ser Homem, por isso, não haveria necessidade nenhuma de começar do zero. Agora, se o fato de ser Homem foi fator determinante durante a contratação, a postura de discriminação de gênero da direção da escola começou muito antes do problema com a transsexualidade…
Somado a tudo isso. levo em conta o papel da escola dentro da sociedade, não podemos negar que ela desempenha um papel de exemplo para jovens que estão em processo de formação de seus valores e habilidades sociais, portanto a escola precisa ter responsabilidade na tomada de decisão, mostrando uma postura de respeito ao próximo e busca pelo conhecimento do que não nos é comum. Tenho certeza que se a postura da escola tivesse sido diferente serviria de exemplo, e assim, muitos pais e alunos teriam dito a oportunidade de quebrar seus próprios paradigmas ou preconceitos.
OBS: A resposta acima era para outro comentário, foi um erro na hora da seleção…
Paulo por favor, não saia às ruas para não infestar nossas crianças, afinal, a anormalidade é toda sua.
Luíza,
Formei-me em letras na FFLCH em 1988. Li um artigo a seu respeito no portal da UOL e vi seus vídeos. Sou evangélico de igreja tradicional. Gostaria de dizer-lhe que a Bíblia diz que os dois mandamentos principais são amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a si mesmo. Luíza, gostaria de expressar meu total acolhimento a você e de dizer-lhe que Deus a ama muito
incondicionalmente e que qualquer pessoa que não a acolher neste momento está desviando-se dos preceitos cristãos. Deus nos ensina a não julgar ninguém. Peço-lhe perdão se algum irmão meu evangélico não compreendeu isso e expressou palavras hostis a você pela Internet. A própria Bíblia diz que o amor deve ser o valor do cristão. Convido as pessoas que a condenam e não a acolhem a lembrar-se da atitude de Jesus diante da mulher prestes a ser apedrejada. A Bíblia ensina-nos que seremos julgados da mesma forma como julgamos e, neste sentido, temo pelo que pode acontecer com as pessoas que a acusam quando Deus as
julgarem. Faço psicoterapia e, como presumo que os últimos acontecimentos devem tê-la abalado, sugiro que você também faça. Existe um grupo chamado “Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos” (CPPC), através de cujo site conheci meu psicólogo. Eles são um grupo muito amável e qualificado. Creio que alguém do grupo pode ajudá-la neste momento de transição. Se você desejar, posso passar-lhe o contato do meu próprio psicólogo, que negocia preços fraternalmente. Jesus a ama, todos os seus alunos, as pessoas que escreveram palavras de acolhimento para você e eu também a amo em Cristo Jesus. Caso você deseje entrar em contato comigo, segue meu e-mail: [email protected]. A propósito, você assistiu a um filme chamado “Lawrence Anyways”? Ele trata de transfobia de uma maneira muito sensível. Atenção à cena do diálogo da esposa do Lawrence com a garçonete. Um abraço forte, Lyster
Também estudei no Anglo Osasco, mas no cursinho. Dessa época, ficaram as lembranças dos professores – todos homens – e suas piadas e comentários infames e machistas, além, claro, da azaração geral dos professores frente às alunas. Não é por acaso que alguns têm filhos com ex-alunas, casos com alunas… Tenho asco desses professores (são basicamente os mesmos nas unidades de Osasco, Alphaville, Taboão) e pena dos pais ingênuos que matriculam seus filhos nesse colégio, acreditando que bons números em aprovações de vestibulares significam qualidade de ensino.
Querido, quem precisa de uma nova vida e identidade é você. Não é pelo fato de o Luiz ter mudado seu gênero para Luiza que ela perdeu todo seu conhecimento acadêmico em Filosofia e perdeu sua capacidade de lecionar, para sua informação. Se o anglo não admitiria Luiza antes, sendo Luiza transexual, não seria pela falta de conhecimento por parte da profissional e sim por transfobia do colégio .
E você é doente, preconceituoso, e te aconselho tratamento urgente.
A perversão mora na mente dos estupradores (de mulheres-cis/trans) e de homens nojentos que diariamente assediam as mulheres, repreendem, nos obrigam a pensar que somos culpadas pelo assédio, dos homens que até hoje insistem em pensar que são superiores as mulheres (cis e trans) e aos homossexuais. Ensinar as crianças sobre a grande diversidade de gênero que pode existir na espécie humana é um bem que essa incrível professora fez a elas. Sou mulher, branca, cis e heterossexual, mas graças a instrução que recebi consigo ao menos me imaginar nesse lugar de extrema opressão que a Luiza esta e ver o quanto ela precisa de apoio. Todo ser humano tem o direito de mostrar e viver o que ele realmente é e isso não é da conta de ninguém. O bom profissional deve ser valorizado pelo seu trabalho e formação e não por suas características pessoais. Sinto muito, querido, mas a idade média já passou, a internet esta agora em todo lugar, as pessoas estão cada vez mais instruídas e PRECONCEITUOSOS, MISÓGENOS, TRANSOFÓBICOS NÃO PASSARÃO!
Parabéns, vc acabou de “despertar [a tua] consciência” pro fato de que o mundo, e, nesse caso, o mercado de trabalho, é regido por desigualdades de gênero. Afinal, se a Luiza tem a mesma formação, currículo, requisitos didáticos-pedagógicos que o Luiz, porque ela não poderia ser contratada? Porque é mulher? Vc está reconhecendo que o que motivou a contratação do Luiz, lá no início, não foi apenas sua competência profissinal, mas seu gênero. E que se ele fosse Luiza, seja mulher ou e especialmente mulher transexual, naquele momento, nunca teria sido contratada.
Você deveria rever o tipo de pessoa que classifica como “escória”, pois sem dúvida alguma você deveria estar nela
Tanta gente é manda embora todos os dias e ninguém fala nada agora porque o transexual é mandado embora fazem este barulho!!!! Se ele ganha este processo, ninguém vai querer contratar trans porque se for mandado embora, entra na justiça por homofobia.
Fui aluno do Colégio Anglo na unidade Osasco por quatro anos e me adimira bastante a entrevista Wagner, que afirma que a escola “carrega em sua história uma opção clara pela valorização da diversidade humana e foram inúmeros os casos em que houve acolhida a estes casos e crítica contundente à qualquer tipo de conduta intolerante”.
Eu, homossexual, sofri no Anglo preconceito não apenas de alunos como também de professores. Foram inúmeras situações de constrangimento por parte de professores que faziam brincadeiras e piadinhas preconceituosas e homofobicas. Nunca houve qualquer preocupação do Colégio com a diversidade humana, em minha turma tinham mais três hossexuais que também sofriam bullying por alunos e professores. Não havia nenhuma atitude da escola para lidar com a diversidade, professores completamente despreparados nesse sentido e preconceituosos, lógico haviam aqueles que não se enquadravam nessa massa preconceituosa.
Me admira bastante o cordenador afirmar que a escola tem uma historia de valorização a diversidade humana, uma grande mentira.
Cara, o único anormal é você e as pessoas que pensam como tal. Tenho certeza que você é do tipo que aplaude traição, assédio e abuso contra as mulheres. As “nossas crianças” viram monstros copiando atitudes preconceituosas, cobertas da “moral e dos bons costumes”, de pessoas iguais a você!
a pessoa só tá pontuando que enquanto reconhecidamente homem pela sociedade durante 30 anos, quem adquiriu todos esses privilégios foi o luiz. duvido muito que luiza teria conseguido tudo isso sendo biologicamente mulher. só ouvir o que ela mesmo diz: o mercado de trabalho paga 30% a menos pra todas as mulheres em relação aos homens com o mesmo nível de escolaridade. fora a tripla jornada que as mulheres têm. ninguém tá questionando capacidade ou conhecimento aqui.
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