Em entrevista à BBC Brasil, o ex-superintendente da Scotland Yard, Leroy Logan, disse que “o racismo institucionalizado da polícia ajudou a matar Jean Charles. O erro de identificação que foi cometido jamais teria ocorrido se mais policiais de minorias étnicas fizessem parte da corporação”.
Há exatos 10 anos, em 22 de julho de 2005, o mineiro Jean Charles foi executado por policiais britânicos dentro de uma estação de metrô, em Londres, que o teriam confundido com um terrorista africano.
Pelo menos lá alguém da própria polícia reconhece que há um racismo institucionalizado na corporação.
Aqui, isso não se admite, mesmo quando há um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), coordenado pela socióloga Jacqueline Sinhoretto, mostrando que entre 2010 e 2011, 61% das vítimas de mortes cometidas por policiais eram negras, 97% homens e 77% com idade entre 15 a 29 anos. Os policiais envolvidos são, em sua maioria, brancos (79%), sendo 96% da Polícia Militar.