Julia Mendes, da Máfia das Minas, foi arrancada do banheiro feminino da estação Sapopemba ao ser confundida com um homem no domingo (10). “Eu exijo retratação”, diz mãe de uma colega de Julia no coletivo
As integrantes do coletivo cultural Máfia das Minas reuniram cerca de 50 pessoas na noite desta quinta-feira (14/4) para protestar em frente à estação Sapopemba do Metrô, na zona leste da capital paulista, após um episódio de lesbofobia e agressão ocorrido no último domingo (10/4). Julia Mendes, 21, integrante da Máfia das Minas, foi confundida com um homem e retirada à força do banheiro feminino da estação por um segurança do Metrô, e sua colega de coletivo Maria Luiza recebeu um tapa de um segurança ao filmar a ação.
O protesto começou por volta das 18h30 com uma animada batucada e a leitura de um manifesto do coletivo Periferia Preta: “Gritamos para sermos ouvidas, nenhuma lesbofobia e qualquer outra violência contra a população LGBTQIA+ será silenciada. Por todas as Luanas que tiveram suas vidas apagadas. Por todas que sofrem e sofreram violências cotidianas. Não seremos silenciadas! Não seremos apagadas!”.
Hosana Meira, 42 anos, mãe de Julia Silva, outra integrante da Máfia das Minas, comentou à reportagem indignada com a situação vivida pela filha e suas colegas. “Eu quero, eu exijo retratação do Metrô para essas meninas. Todas elas são potentes, e elas sabem disso. Porque elas têm mães que, diferentemente da minha época meus pais não tiveram condição de me explicar essa sociedade machista, homofóbica e racista que a gente vive, mas essas meninas sabem, e por isso que a gente está aqui”, afirma.
O protesto terminou por volta das 20h30 com a leitura de um jogral assinado pelo coletivo: “A Máfia das Minas, coletivo cultural da cidade de Mauá, repudia as agressões deferidas pelo @metrosp_oficial e convida a todas à reflexão sobre o ocorrido. Seria essa a última vez, dentre tantas outras que já ocorreram? Sabemos que não, visto que o aparelho repressor do Estado capitalista trabalha incessantemente pelo apagamento desses corpos e das mais diversas minorias”.
Na terça-feira (12/4) o Metrô informou em comunicado que afastou o agente envolvido nas agressões e que “não compactua com ações discriminatórias”.
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