Conforme testemunhas, estudante de apenas 14 anos estava sentado, conversando com amigos, quando policiais militares o mataram
O estudante Pedro Henrique Costa, de 14 anos, foi morto com diversos tiros efetuados pela Polícia Militar de Minas Gerais, na noite da última sexta-feira (19/8), na região oeste de Belo Horizonte. De acordo com testemunhas, os PMs teriam confundido o celular do adolescente com uma arma de fogo.
Moradores do bairro Vila Embaúbas afirmam que ações truculentas da Polícia Militar na região são comuns. De acordo com um morador, Pedrinho, como o estudante era conhecido, estava sentado à beira de um córrego que atravessa o bairro conversando com amigos quando uma viatura da PM ia passar.
Ao notar a presença da PM, e sabendo do histórico de ações violentas dos agentes, ainda conforme um morador, o adolescente se levantou e colocou a mão no bolso para pegar o celular. Imediatamente, os policiais militares começaram a disparar contra o menino.
De acordo com o Conecta Cabana, veículo jornalístico que atua na região onde aconteceu o crime, Pedrinho foi atingido por nove tiros. A página disse ainda que, no registro feito na Polícia Civil, os PMs afirmaram que o adolescente estava armado e teria apontado para os militares. Versão contestada por moradores. A Ponte não teve acesso ao boletim de ocorrência.
Após a morte do adolescente, moradores da região foram às ruas protestar contra a violência praticada pela Polícia Militar e pedindo por justiça. O ato, que tentou fechar a principal avenida do bairro, durou cerca de 40 minutos, até a PM chegar e dispersar os manifestantes.
O adolescente era o mais novo entre os dois filhos de Andreia de Jesus Costa, e o único que morava com a mãe. “Pedrinho era mais um jovem negro, como tantos outros, que gostava de se arrumar, usar correntes, boné, vivia sempre com a camiseta do time da comunidade, o qual era um torcedor fiel. Brincava com todo mundo, gostava de zoar”, descreve um morador.
O sepultamento do adolescente aconteceu na manhã deste domingo (21/8), no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte. Amigos e familiares prestaram homenagens à vítima, e disseram que vão seguir na busca por justiça.
A Ponte questionou a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais, comandada por Rogério Greco, sob gestão do governador Romeu Zema (Novo), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.