Casal grava agressão homofóbica em posto Graal em MG

Na fila de pagamento, aos gritos e alterado, agressor chama advogada e engenheira de “vagabundas” e se diz “homem de respeito”

A advogada Luciana Souza Halabi Horta Maciel, de 28 anos, filmou o momento em que sofre uma agressão em uma unidade do Graal, em Oliveira, município mineiro a cerca de 150 km de Belo Horizonte, na manhã da última quarta-feira (08/02).

A advogada estava em viagem com sua namorada, a engenheira Maria Cecilia Rodrigues Rosa, de 28 anos, quando pararam na unidade do Graal para tomar café. Enquanto aguardavam na fila de pagamento, um homem branco começou a insultá-las com termos homofóbicos. Luciana, então, decidiu filmar o ataque.

No vídeo, é possível ver o homem dizendo que “duas mulheres sem vergonha estão se beijando, se agarrando”. E também: “estou com minha esposa aqui, eu quero respeito. Sou homem, e uma mulher”, e aponta para a (aparentemente) esposa dele, que está sentada, em silêncio.

O homem não teme ser filmado, e diz para “ir gravar no raio que o parta”. No ataque de ódio, o agressor ainda chama as vítimas de “duas mulheres vagabundas, ordinárias”. No momento de uma gravação, o homem chega a tomar o celular de Luciana, e a filmagem é interrompida abruptamente.

Luciana diz que o homem jogou o celular no chão, e quebrou o aparelho. “Nos sentimos com muito medo, humilhadas, extremamente coagidas e foi totalmente desesperador ver que ninguém ao redor fez nada”, conta a advogada.

Celular de advogada quebrado após ataque | Foto: Arquivo pessoal

Logo depois do ataque, Luciana e Maria pegaram o café e saíram do estabelecimento, já que estavam com medo. O agressor seguiu no local com a mulher para tomar café. As vítimas aguardaram o homem sair, e identificou o modelo e a placa do veículo.

A advogada conta que elas nunca passaram por algo semelhante. “Nem imaginávamos que passaríamos por isso alguma vez, foi super assustador, uma sensação horrível”. O ataque homofóbico durou cerca de 10 minutos, segundo a vítima.

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Ainda de acordo com Luciana, funcionários do estabelecimento, quando questionados pela vítima, disseram que o local não conta com seguranças e o gerente não prestou nenhum tipo de apoio.

Outro lado

A reportagem questionou o Graal, mas não obteve retorno até esta publicação. A advogada afirma que vai registrar o caso na Polícia Civil na próxima segunda-feira (13/02).

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