Manifestação, que começou na Avenida Paulista e terminou na Praça Roosevelt, pediu por cessar-fogo imediato e definitivo de Israel em Gaza
Milhares de pessoas foram às ruas na tarde deste sábado (13/01) manifestar apoio ao povo palestino e pedir cessar-fogo imediato em Gaza, que vive sob ataques de Israel há mais de 100 dias. Houve protestos em diversas cidades espalhadas pelo mundo, e em São Paulo o grupo iniciou o ato no Museu de Arte Moderna de São Paulo, na avenida Paulista, no começo da tarde.
“A luta do povo palestino representa a luta dos povos oprimidos do mundo inteiro. É uma luta justíssima pela autodeterminação e libertação do seu território, que está sendo ocupado pela entidade sionista. É essencial a gente se solidarizar com todos movimentos oprimidos do mundo, e a gente tem muito a aprender e se inspirar no heroico povo palestino”, disse o analista de sistemas Salomão Andrade, de 27 anos, que participava do ato.
A concentração do ato em apoio aos palestinos começou por volta das 14h30, e reuniu movimentos sociais e sindicais, partidos políticos e membros da comunidade árabe que vive em São Paulo. O grupo ocupou três das quatro faixas da avenida Paulista, e iniciou a caminhada por volta das 15h30. Os apoiadores da Palestina seguiram para o centro de São Paulo pela rua da Consolação, até concluir o ato na praça Roosevelt, pouco depois das 18h.
“Estou aqui porque é insuportável assistir o genocídio que Israel está fazendo na Palestina, com milhares de mortes, e é importante mostrar que tem pessoas no mundo todo solidário ao povo palestino”, disse a editora Lúcia Leal Ferreira, de 62 anos.
Durante a caminhada dos manifestantes, uma bandeira de Israel pendurada na janela de um apartamento da Rua Fernando de Albuquerque, próximo à esquina com a rua da Consolação, causou momentos tensos no protesto. Um pequeno grupo de apoiadores da Palestina se deslocou do ato para pedir a retirada da bandeira israelenses. Dois moradores do apartamento saíram na janela e iniciou uma troca de ofensas. Rapidamente outros manifestantes e policiais militares chegaram para apaziguar e tirar o grupo da frente do prédio com a bandeira.
“O Estado de Israel promove uma limpeza étnica, ocupando o território da Palestina há 75 anos e tratando os palestinos como cidadãos de segunda classe, e agora com esse extermínio recente é importante que o Brasil apoie”, afirmou a cientista política Marina Pinheiro, de 42 anos, durante a caminhada, destacando o início do processo no Tribunal Penal Internacional em Haia, nos Países Baixos, que vai julgar, a pedido da África do Sul, se Israel pratica atos genocidas em Gaza.
Para o médico Jamil Murad, ex-deputado federal pelo PCdoB, as manifestações por cessar-fogo ganham força com “o apoio do presidente Lula à medida da África do Sul, colocando Israel como responsável pelo genocídio do povo palestino, pois só com a atuação e apoio externo junto com a luta do povo palestino haverá novos desdobramentos em busca da justiça, liberdade e uma Palestina livre”.
O metroviário Diego Vitello, de 38 anos, também destaca a importância do pedido da África do Sul, mas acredita que é necessário exigir que “o governo Lula e todos os governos ao redor do mundo rompam as relações políticas, econômicas, militares e diplomáticas, com o Estado de Israel”.
O final do ato foi marcado por uma intervenção de Antonio Carlos da Silva, da direção nacional do PCO, ressaltando o aumento do apoio à causa palestina, com adesão de partidos políticos e entidades sindicais às manifestações.