‘O palestino é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo’

Grupo se reuniu na Avenida Paulista para protestar contra os ataques de Israel na Faixa de Gaza, que mataram mais de 29 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças

Manifestantes estendem faixa pedindo cessar-fogo na Faixa de Gaza | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

A chuva que caiu na cidade de São Paulo na tarde deste sábado (24/2) não impediu um pequeno, mas barulhento, grupo de pessoas de se reunir na Avenida Paulista para um protesto exigindo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

Diante do Museu de Arte de São Paulo (Masp), o grupo, com cerca de 200 pessoas, gritou palavras de ordem como “Estado de Israel, Estado assassino, e viva a luta do povo palestino” e “O palestino é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.

Desde 7 de outubro, após um ataque do grupo Hamas que deixou mais de 1.200 mortos no território israelense, Israel iniciou uma ofensiva armada que matou mais 29 mil pessoas no território palestino da Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças.

Manifestante carrega cartaz demonstrando apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Nos discursos, muitos manifestantes manifestaram apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarado persona non grata pelo governo israelense após ter comparado os ataques de Israel contra o povo palestino com as violências cometidas por Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

“O povo brasileiro, por meio de uma fala correta do presidente Lula, está se relocalizando globalmente. As declarações recentes do presidente são um recado muito fundamental. Não é à toa que a extrema-direita fascista israelense tenta criminalizar o povo brasileiro”, declarou a vereadora Luana Alves (Psol) no evento. Para ela, o governo brasileiro deveria fazer mais contra Israel: “É necessário que se rompa as relações diplomáticas com Israel imediatamente”. E finalizou: “O nosso país, que foi fundado sob o colonialismo, o racismo e a invasão, não pode deixar de ter uma posição em relação ao genocídio palestino. É importante que a América Latina tenha lado, e temos lado: o o lado da população oprimida”.

Manifestantes se agrupam em frente ao MASP, em São Paulo | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

“Procuraram jogar o povo brasileiro contra o presidente Lula. Não era pelo Holocausto. É que o presidente Lula falou alto, tendo o apoio de mais de 160 países, e defendeu que o povo palestino tenha o seu Estado soberano e independente”, afirmou Jamil Murad, ex-parlamentar pelo PCdoB, disse que o povo palestino precisa ter o direito reconhecido ao próprio Estado. “Nós precisamos assegurar ao povo palestino o destino de ser igual a outros povos”, afirmou.

O ato terminou meia hora antes do combinado por causa de desacordo entre os organizadores do protesto e representantes do Partido da Causa Operária (PCO), porque a percussão da bateria do partido estaria abafando as falas do carro de som do protesto. “A solidariedade ao povo palestino ficou em segundo plano nesse caso. Lamentamos muito, mas também agradecemos muito e vamos seguir nas ruas”, disse Soraya Misleh, coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino.

Membros do PCO se desentendem com a organização do ato, em São Paulo | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

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