Criança de 7 anos foi atingida durante tiroteio envolvendo policiais militares na manhã desta quarta (17) quando era levada pela mãe à babá. Protesto pela paz no bairro da zona sul de São Paulo acontece nesta quinta (18)
A União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, convocou para esta quinta-feira (18/4) um ato pela paz no bairro, que deve acontecer a partir das 17h, com concentração em frente à associação, na Rua Ernest Renan, 1366.
O protesto ocorre após uma criança de sete anos ser atingida na manhã desta quarta-feira (17/4) durante uma ação da PM no bairro. Ela passou por um procedimento cirúrgico durante a tarde no Municipal Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo) para verificar a extensão do dano em seu olho, conta André Lozano, advogado que acompanha a família.
O tiroteio teria acontecido logo cedo na rua Ernest Renan, na altura da Viela Passarinho. Em entrevista à TV Globo, a mãe da criança diz que estava levando o filho para ficar com a babá quando se viram no meio de um tiroteio: “no momento, a única coisa que eu vou falar é que teve um tiroteio e a gente ficou no meio”. Segundo Lozano, a mãe teria tentado se esconder e proteger o filho ao mesmo tempo.
A criança teria sido socorrida, ainda de acordo com Lozano, pelos próprios policiais militares às 7h50 da manhã para a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Paraisópolis, e foi transferida às 9h para o Hospital Campo Limpo.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que “policiais militares faziam patrulhamento na comunidade do Paraisópolis, zona oeste da Capital, na manhã desta quarta-feira (17), quando foram recebidos a tiros por criminosos na Viela Passarinho. Os policiais intervieram e os suspeitos fugiram. Após a ação, foi constatado que uma criança ficou ferida. O menor apresentava um ferimento superficial na região da cabeça e foi socorrido”.
Durante a manhã, passaram a circular vídeos de moradores mostrando policiais militares na região onde teria acontecido o tiroteio, conversando, olhando para o chão e recolhendo objetos, que poderiam ser estojos (cartuchos) dos projéteis disparados.
Em nota, a Ouvidoria das Polícias de São Paulo disse que abriu um procedimento, “oficiando a Policia Civil, solicitando detalhes do que foi instaurado para apuração da ocorrência, assim como laudos periciais e imagens do entorno e à Corregedoria da PM, solicitando imagens das COP’s [câmeras operacionais portáteis, que os PMs usam na farda] e o afastamento dos policiais envolvidos, uma vez que imagens recebidas por esta corregedoria mostram policiais em ações que viriam a obstruir o trabalho da perícia no local”.