Investigador foi assassinado com cinco tiros após discutir com um taxista que estava estacionado na frente de sua garagem. Acionado pelo taxista, PM chegou atirando
Fernando dos Santos Menani, investigador da Policial Civil, foi morto a tiros por um policial militar (PM) na noite de sábado (28/05), em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Menani chegava em casa com seu carro, na rua José Lourenço Morais, mas havia um táxi estacionado em frente e, por isso, não conseguia estacionar. Ele chamou a atenção do taxista, que não gostou e, após uma discussão, acionou um PM, identificado como Wilson, da 2ª Companhia da Polícia Militar, em Taboão.
Wilson teria descido de seu carro, um Peugeot, atirando contra Menani, que revidou. O policial militar alvejou o policial civil cinco vezes, sendo uma no pescoço. Ele foi socorrido ao pronto-socorro do Antena, a 1,2 km de distância do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos. Fernando, policial civil da 3ª Classe, que já teve passagem pelo Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), deixa quatro filhos. A filha mais nova, de 9 anos, chegou a presenciar o assassinato do pai.
Um dos tiros disparados pelo policial civil, na reação, atingiu a bexiga de Wilson, que ainda recebe atendimento no Hospital Geral do Pirajuçara, a 4,2 km de distância do local do fogo cruzado. Ele não corre risco de morrer. De acordo com funcionários do hospital, há uma intensa movimentação de policiais militares e civis no hospital, incluindo integrantes das Corregedorias da PM e da Polícia Civil, que são responsáveis por investigar abusos policiais.
Investigações preliminares apontam que a vítima brigava constantemente com um vizinho e que o crime pode ter sido premeditado. O vizinho, suspeito, foi preso em flagrante e levado ao 1º DP (Distrito Policial) de Taboão da Serra. A identidade dele não foi revelada. Além disso, a investigação também apura se o crime tem ligação com um clima de tensão que se intensificou entre a Polícia Militar e a Polícia Civil na região, após a morte de um outro investigador da Civil na semana passada, vítima de um suposto latrocínio em Embu das Artes, e de um cabo da PM, que está desaparecido há quase um mês na mesma região.
Procurada, a Polícia Militar informou, por telefone, que a reportagem deveria entrar em contato com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) para obter mais esclarecimentos sobre o caso. A PM disse que há uma ordem para a corporação não se manifestar sobre o assunto. Procurada, a SSP, que tem à frente o secretário Mágino Alves Barbosa Filho, nesta quarta gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), disse que não vai se posicionar por “ainda estar vendo o caso”.