Cego por bala de borracha da PM, Sérgio Silva ainda espera justiça

    Há 3 anos, Sérgio Silva espera a primeira audiência da ação que moveu contra o Estado por ter perdido o olho esquerdo durante manifestação contra o aumento da tarifa

    O fotógrafo Sérgio Silva jamais se esquecerá do dia 13 de junho de 2013. Não apenas porque perdeu o olho esquerdo, substituído por uma prótese. Mas porque até hoje não foi indenizado. A ação que ele moveu contra o Estado, culpando a Polícia Militar de São Paulo pelo que considera um ataque a ele, que estava trabalhando, não foi para frente. A Justiça não enxerga Sérgio como vítima.

    Hoje, a partir das 19h, haverá um ato em memória das vítimas daquele dia 13 de junho de 2013. Intitulado “13 de junho, 3 anos depois, resistimos”, o evento acontecerá na esquina da Rua Maria Antônia com a Consolação. O jornalista Tadeu Breda lançará o livro Memória Ocular, pela Editora Elefante, com três textos contando junho de 2013 — e a brutalidade que veio depois — sob a ótica do fotógrafo Sérgio Silva. Cada um deles foi escrito em épocas distintas: 2014, 2015 e 2016, tentando, assim, demonstrar que a violência do Estado perdura e como isso produz novas vítimas, num círculo de violência institucionalizada que não cessa.

    Há dois anos, o fotógrafo Sérgio Silva encontrou Alex Silveira em vídeo feito pela Ponte Jornalismo que você pode rever aqui. Alex perdeu 80% da visão após ser atingido por bala de borracha durante manifestações de professores, em 2000.

    Agora, Sérgio volta a falar com a Ponte Jornalismo, três anos depois do dia 13 de junho de 2013. Confira no vídeo o depoimento dele, gravado no Parque da Independência, no Ipiranga, local escolhido pelo fotógrafo porque é onde passou a vida toda e vive até hoje:

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