Depois de meia hora caminhando pela avenida Paulista e rua Augusta, na região central da cidade, manifestantes foram cercados e detidos pela PM, na noite de sexta-feira (05/08); último manifestante detido foi liberado às 4 horas de sábado
No dia da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, nessa sexta-feira (05/08), cerca de 120 pessoas se reuniram no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a realização do evento. A concentração do ato começou por volta das 17 horas, e duas horas depois o grupo ocupava a via.
“A Olimpíada é um evento que vem só para gastar dinheiro e agradar gringos, enquanto nós sofremos sem saúde e educação pública”, reclamou uma estudante de 16 anos, que não quis se identificar. A também estudante de 16 anos, Rosa Cardoso, disse: “Nas periferias só têm aumento de tarifas e precarização dos serviços, enquanto são investidos milhões em estádios e espaços esportivos desde a Copa de 2014”.
Durante a concentração, o grupo, composto majoritariamente por estudantes secundaristas, foi isolado pela Polícia Militar no vão livre do Masp. Por volta das 18 horas, as pessoas foram impedidas de entrar ou sair do local.
O trajeto que seria percorrido pela manifestação foi publicado na página do Facebook “Periferia Revolucionária”, organizadora do ato, às 10 horas da manhã de sexta-feira. Contudo, enquanto os manifestantes ainda se concentravam no Masp, a PM disse que os jovens não sairiam enquanto o “líder da manifestação” não entregasse o itinerário à polícia. “Os manifestantes vão ficar aqui até apresentarem uma liderança e qual caminho pretendem fazer”, disse o Capitão da PM Teles, enquanto o grupo permanecia cercado.
A decisão da Polícia Militar afetou também quem só estava aproveitando a tarde no local. “A gente chegou aqui quando não tinha ninguém manifestando, nem polícia. Agora a gente só quer sair e não deixam”, reclamou Guilherme Figueiredo, que não fazia parte da manifestação e foi impedido pela PM de sair do vão livre do Masp, local tradicional de visitação. Como resposta, Figueiredo ouviu de um policial militar que ele “deve selecionar melhor os lugares que frequenta”.
Por volta das 19 horas, um grupo de aproximadamente 20 pessoas, impedido de entrar no espaço, fechou a avenida Paulista. Nesse momento, os jovens que estavam no vão livre conseguiram escapar do cerco policial e unificar o ato.
Depois de meia hora de marcha, quando os jovens estavam na altura do número 1.400 da rua Augusta, um rojão foi disparado para o alto, do meio da manifestação. Cinco minutos depois, a PM cercou e deteve 105 manifestantes, segundo o coletivo Advogados Ativistas, que acompanhou o caso – De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública enviadas à Ponte, o número de detidos foi 97. Para forçá-los a ficar dentro do círculo feito por PMs, a polícia usou gás de pimenta e cassetete para agredir os jovens.
Ainda na rua Augusta, enquanto os jovens estavam cercados por policiais militares aguardando a chegada do camburão, um jovem foi revistado, algemado e levado separadamente para a delegacia. Segundo o PM Weslen, o rapaz foi detido porque “era o líder do grupo”. Esse foi o único momento em que a polícia justificou a detenção de uma das 105 pessoas. Depois disso, os PMs disseram que era para esperar para ver “o que a nota oficial à imprensa falaria”.
Os jovens foram encaminhados para o 78º Distrito Policial, no bairro Jardim América. Mesmo lá, a Polícia Civil não informou qual teria sido o motivo da detenção. Segundo os Advogados Ativistas, a polícia informou somente de madrugada que a PM havia denunciado desacato e resistência por parte dos jovens.
“A PM fez uma detenção ilegal de um número muito grande de jovens que manifestavam contra a Olimpíada. A intenção da polícia era prender todos que manifestavam. Uma afronta ao direito de reunião e ao ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]”, disse um dos advogados ativistas.
Procurada pela Ponte, a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) respondeu: “Segundo a Polícia Militar, os manifestantes invadiram um cordão de isolamento, criado para impedir o bloqueio do tráfego de veículos, o que obrigou a ação para restabelecer a ordem e garantir a segurança das pessoas que estavam no local (…) Foi registrado um boletim de ocorrência de desacato, desobediência, resistência e explosão”.
Com os 105 jovens presos, foram apreendidos quatro canivetes, rojões, seda e spray de tinta. Por volta da meia noite de sábado, eles começaram a ser liberados. Às 4 horas da manhã, já não havia nenhum detido.
* Reportagem atualizada às 20h15 de 06/08 para acréscimo das informações enviadas pela SSP-SP à Ponte.
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É SEMPRE ASSIM, O PORCO COVARDE DE POLICIA SEMPRE ACHANDO ARTIMANHAS PARA IMPEDIR QUE AS PESSOAS DA PERIFERIA SE MANIFESTEM , PRIMEIRO OS PORCOS DISSERAM QUE NÃO TINHA UM LÍDER , DEPOIS PRENDEU O LÍDER , E DEPOIS “” DESACATO” E DEPOIS POR ”FURAR UM SUPOSTO BROQUEIO” OU SEJA : POR SE MANIFESTAR . A DEMOCRACIA NUNCA EXISTIU NO PAIS O BRASIL É UM PAIS FALSO COM DEMOCRACIA É SÓ PARA QUEM TEM PODER , MAS … PARA A PESSOAS COMUNS SÓ RESTA OS IMPOSTOS E AS ORDENS . FORA COVARDES DE PM !!!!!!!!!!