Caso aconteceu no último dia 23 de setembro na quadra da escola em que o jovem estuda. Policial alega que L.F.J., ao tentar fugir, caiu
L.F.J. fez exame de corpo de delito, apontando para traumas nos membros superiores, dorso, rosto e mão direita (Foto: reprodução)
A Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo iniciou apuração da suposta agressão de dois policiais militares a um estudante, em Santos (SP) . O caso aconteceu no dia 23 de setembro, quando o jovem de 16 anos estava na Escola Estadual João Octávio dos Santos, onde estuda.
Segundo o pai de L.F.J., os PMs, atuantes em uma Base da corporação próxima ao local, foram acionados pela direção do colégio. Dois agentes se encaminharam à escola e, posteriormente, o filho fora agredido na quadra de esportes.
Análise clínica feita aponta para traumas no rosto, membros superiores, no dorso e na mão direita. Um dos dedos da mão direita sofreu edema e hematoma, solicitado pelo médico um raio-x para analisar a gravidade da lesão.
O Boletim de Ocorrência feito no 1º DP de Santos na madrugada do dia 24 de setembro denuncia a suposta lesão corporal praticada pelos dois policiais. Nele, a versão é que o jovem L.F.J. estava na quadra quando a dupla chegou e, após dizerem “Olha o malandrinho ali”, o puxaram pelo braço e o agrediram.
Ao saber do ocorrido, o pai foi à Base para saber o motivo da violência. Segundo um dos policiais envolvidos no caso, ao ver o garoto, “tentou segurá-lo e este, tentando fugir, caiu”. A versão foi contestada pelo pai, que usou imagens das lesões em seu celular para questionar. “Uma queda pode causar estas lesões?”, perguntou.
A Ouvidoria iniciou na quarta-feira (05/10) a apuração do acontecimento após pedido do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e encaminhou para a Corregedoria da Polícia Militar e para o Ministério público.
“Esperamos que seja esclarecido. Fizemos o procedimento e, pelas imagens, realmente, são notórias as agressões sofridas pelo garoto. Até a família, pelo histórico do B.O., fala que o policial reconhece que pode ter machucado o filho dela. É inaceitável o abuso que esses policiais cometeram contra o garoto. A Corregedoria precisa apurar e penalizar. Até mesmo a própria Justiça pública. É um fato cada vez mais corriqueiro que está virando moda. É preciso estancar isso”, analisa o ouvidor da Polícia Militar de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves.
“É um crime de lesões corporais. Este pessoal tem de ser processado, denunciado e responder. As possíveis punições, na Justiça comum, é de pena de detenção, caso condenado. Perante a corregedoria da PM, vai de advertência à expulsão. Os dois podem até ser expulsos da corporação”, explica.
Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, comandada pelo governador Geraldo Alckmin, não respondeu à solicitação de outro lado feita pela reportagem.