Ricardo Martins do Nascimento foi preso na noite de terça-feira (27/12) em Itupeva, e Alípio Rogério dos Santos na tarde desta quarta (28), em Itaquera, zona leste da capital
Os dois acusados de espancar até a morte o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, dentro da estação Pedro II, da linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, na noite de natal, foram presos pela Polícia Civil. A prisão preventiva da dupla já havia sido expedida. Eles estavam foragidos.
Homens matam ambulante negro no metrô por defender travesti
Polícia busca suspeitos de matar vendedor em estação de metrô de SP
O primeiro suspeito a ser preso foi Ricardo Martins do Nascimento, detido na noite de terça-feira (27/12), na cidade de Itupeva, a 72 km de distância da capital. Ele foi reconhecido por testemunhas na tarde desta quarta-feira (28/12) na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano), na Barra Funda.
Enquanto o primeiro acusado era reconhecido pelas testemunhas na zona oeste, do outro lado da cidade, em Itaquera, o segundo suspeito do crime, Alípio Rogério dos Santos, era detido. De acordo com a Polícia Civil, ele foi localizado em um apartamento de uma Cohab, após denúncia anônima.
Luiz Carlos Ruas foi espancado por cerca de dois minutos pelos criminosos dentro da estação, que fica na região central da cidade. Nenhum segurança do Metrô interveio, de acordo com as imagens da câmeras de segurança do circuito interno do próprio Metrô.
Para o advogado da família de Ruas, Augusto Arruda Botelho, o espancamento que matou o homem, negro, foi um caso de homofobia, já que minutos antes a dupla perseguiu um gay e uma travesti nos arredores da estação.
“Eu tenho bastante cuidado ao fazer acusações através de imagens. Foi uma agressão absolutamente descabida, covarde. Segundo relato da investigação, um crime com caráter homofóbico. Um crime que tem que ser severamente punido”, disse à Ponte Jornalismo.
Em nota, o Metrô afirmou à Ponte que “por volta das 20h53 deste domingo, dia 25, depois de prestarem os primeiros socorros, agentes de segurança conduziram para o PS Vergueiro um usuário que foi agredido na área livre do mezanino da estação Pedro II. O Metrô colabora com a Autoridade Policial para o esclarecimento do crime.”
Em frente ao Delpom, na Barra Funda, pessoas foram acompanhar a condução dos suspeitos. Por lá, gritavam por “justiça”. Na estação Pedro II, um protesto ocorreu também nesta quarta. Os manifestantes pedem que o nome da estação seja alterado para Luiz Carlos Ruas, para que seja lembrado o que ocorreu e como a intolerância e a homofobia prejudicam toda a sociedade.