Após 5 anos, PM expulsa cabo acusado de colaborar com crime organizado

    Dario Roberto do Carmo foi flagrado em escutas telefônicas sugerindo nome de soldado para colaborar com arrastão em bairro nobre de SP

    Dario Roberto do Carmo atuava no 26º BPM/M, em Franco da Rocha – Foto: Reprodução/Google Maps

    A Polícia Militar expulsou o 2º sargento Dario Roberto do Carmo, de acordo com a publicação do dia 10 de fevereiro deste ano no Diário Oficial do Estado. Em abril de 2012, ele e outros PMs foram presos sob a suspeita de cooperar com o crime organizado de São Paulo, atuando em roubos de prédios, furtos de caixas eletrônicos e até na prestação de “consultas de risco”.

    Publicação da demissão do PM no Diário Oficial – Foto: Reprodução/DOE

    De acordo com a Polícia Civil, o então cabo Dario Roberto do Carmo – ele foi promovido mesmo com a acusação em curso – era o contato direto de uma quadrilha que roubava prédios de alto padrão na Chácara Klabin, região sul da capital. A Corregedoria da PM afirmou que ele admitiu, à época, a colaboração com o crime organizado.

    Carmo e os demais policiais envolvidos no esquema de cinco anos atrás haviam sido flagrados em escutas telefônicas. Testemunhas também os apontaram como colaboradores dos criminosos. Eles usavam os equipamentos de rádio transmissor da PM para avisar quando algum policial de fora do esquema se aproximava do prédio ou banco no momento em que o bando agia.

    Segundo a pena de expulsão, Carmo cometeu atos desonrosos e “atentatórios à Instituição e ao Estado, consubstanciando  transgressão disciplinar de natureza grave”. No caso do atual sargento em específico, ele, que era do 26º Batalhão da PM, em Franco da Rocha (Grande SP), foi flagrado em escutas sugerindo a uma quadrilha o nome de um soldado do 45º Batalhão, na Mooca (região central de São Paulo) para um “bico” na Chácara Klabin (zona sul).

    A rua em que quadrilha faria assalto e foi interceptada após investigação da Polícia Civil em abril de 2012 – Foto: Reprodução/Google Maps

    O “bico”, de acordo com a Corregedoria da PM e com a Polícia Civil, era monitorar um arrastão em um prédio da rua Pedro Pomponazzi, que terminou com a prisão de 15 pessoas horas antes do assalto.

    A reportagem procurou o advogado do sargento Carmos, Roberto Amaral Gurgel, mas não conseguiu localizá-lo.

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