Direitos humanos cobram investigação em Presidente Prudente

    Advogado Ariel de Castro Alves esteve em Presidente Prudente e pediu abertura de inquérito para apurar a morte da atriz Luana Barbosa, após disparo feito por PM

     

    Membro do Movimento Nacional de Direitos Humanos e do Grupo Tortura Nunca Mais, o advogado Ariel de Castro Alves esteve em Presidente Prudente (SP) no início da semana para cobrar a abertura de inquérito na Polícia Civil sobre a morte da atriz Luana Barbosa, baleada durante uma abordagem policial no dia 27. O PM autor do disparo foi autuado por homicídio culposo (sem intenção) e o caso é investigado apenas pela corporação.

    “Questionei o motivo de não terem aberto o inquérito, como em outros casos. Exemplifiquei com duas mortes recentes envolvendo a PM na capital, a do publicitário Ricardo Aquino, em julho de 2012, em Pinheiros, e do Douglas Rodrigues, na Vila Medeiros, em que a versão da polícia era a mesma, de tiro acidental, e mesmo assim foram investigadas pela Polícia Civil”, disse o advogado.

    O publicitário foi morto durante uma abordagem policial no Alto de Pinheiros (zona oeste de SP), em julho de 2012. Os PMs teriam confundido o celular da vítima com uma arma. Já o adolescente Douglas Rodrigues foi assassinado em outubro do ano passado. Segundo o PM responsável, o disparo foi acidental. “Por que o senhor atirou em mim”, perguntou o adolescente, pouco antes de morrer. Houve protestos na zona norte da capital, que culminaram com a interdição da rodovia Fernão Dias.

    A atriz estava na garupa da moto do namorado, Felipe Barros, 29 anos, que passou por um bloqueio policial e, segundo a versão oficial, não obedeceu a ordem de parada. O PM responsável pelo tiro que matou Luana disse que apertou o gatilho acidentalmente, porque o capacete de Barros teria batido em sua arma.

    O representante dos grupos de defesa diz que a investigação em âmbito militar está sendo conduzida pelo próprio batalhão ao qual pertence o policial que fez o disparo, o que favorece o corporativismo. “Esse corporativismo é muito grande em cidades menores. Por isso essas investigações precisam ser feitas ao menos pela Corregedoria da PM, que fica na capital”, diz Alves.

    A Polícia Civil diz que o homicídio culposo (sem intenção) deve ser investigado apenas pela PM.

    Já que Tamo junto até aqui…

    Que tal entrar de vez para o time da Ponte? Você sabe que o nosso trabalho incomoda muita gente. Não por acaso, somos vítimas constantes de ataques, que já até colocaram o nosso site fora do ar. Justamente por isso nunca fez tanto sentido pedir ajuda para quem tá junto, pra quem defende a Ponte e a luta por justiça: você.

    Com o Tamo Junto, você ajuda a manter a Ponte de pé com uma contribuição mensal ou anual. Também passa a participar ativamente do dia a dia do jornal, com acesso aos bastidores da nossa redação e matérias como a que você acabou de ler. Acesse: ponte.colabore.com/tamojunto.

    Todo jornalismo tem um lado. Ajude quem está do seu.

    Ajude

    mais lidas